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Varíola dos macacos: casos disparam em MG e no Brasil, em alerta máximo

Por Dentro De Tudo:

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O número de casos de varíola dos macacos tem aumentado em Minas e no Brasil nas últimas semanas. O comitê de emergência criado pelo Ministério da Saúde para monitorar a doença elevou o nível de alerta para 3 – o máximo – no Brasil, na terça-feira. Os especialistas pedem atenção da população e dos profissionais de saúde para o aparecimento de lesões na pele e afirmam que os casos ainda devem continuar em alta no país nas próximas semanas.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que até ontem foram registrados no estado 111 casos de monkeypox confirmados por exames laboratoriais pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Outras 232 suspeitas foram descartadas e há ainda 423 em investigação.

Até o momento, o estado tem uma morte provocada pela doença. O paciente estava em acompanhamento hospitalar para monitoramento de outras condições clínicas graves morreu em 28 de julho. Era um homem de 41 anos, morador de Belo Horizonte e natural de Pará de Minas.

De acordo com a SES-MG, todos os casos confirmados são do sexo masculino, com idades entre 21 e 55 anos. Um paciente está em internação hospitalar por necessidades clínicas. Nos demais casos, as pessoas que tiveram contato com casos confirmados estão sendo monitoradas pelas secretarias municipais. Apenas o município de Belo Horizonte registrou transmissão comunitária.

Por fim, a SES-MG destaca que o surto atual não tem relação com transmissão de animais para humanos ou de humanos para animais. Todos os casos registrados até o momento indicam transmissão entre humanos. No Brasil, não foi registrada nenhuma contaminação em primatas não-humanos (macacos e outros símios). O órgão lembra ainda que maltratar ou agredir animais é crime previsto em lei.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram que até terça-feira (9/8), eram 2.415 casos confirmados e 2.963 casos suspeitos da doença. No mesmo dia, a pasta, por meio do Centro de Operações de Emergência (COE Monkeypox), classificou a varíola dos macacos com nível máximo de emergência no território nacional. A categoria 3 é determinada em cenários de “excepcional gravidade” e admite a possibilidade de declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin).

A classificação de nível 3 está no Plano de Contingência Nacional para Monkeypox, documento que fixa diretrizes para prevenir, tratar e combater a doença. O texto traz orientações a respeito do isolamento de casos suspeitos, identificação de sintomas, realização de campanhas de conscientização, testagem, entre outros pontos.

NOVO PROTOCOLO Minas Gerais tem registrado aumento do número de casos da doença nas últimas semanas. Em 29 de julho, eram 49 confirmados, após uma semana (5/8), 81, e ontem o número estava em 111. Segundo a subsecretária de Vigilância em Saúde da SES-MG, Érica Vieira Santos, esse aumento era esperado, em razão da atualização da definição de casos suspeitos pelo Ministério da Saúde.
“Antes trabalhávamos com um conceito de pessoas que viajaram para países onde há casos. Depois foram confirmados casos no Brasil, com pessoas que viajaram para estados com casos confirmados. No início também falava-se em múltiplas lesões, agora já se considera lesão única.”

Ela destaca que a atualização desse conceito amplia as possibilidades de suspeita da doença. “Fizemos, através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, uma reunião de atualização do conceito de caso suspeito em 5 de agosto para todos os municípios do estado. A partir daí, tivemos aumento de notificação. O que para nós é bom, porque significa que os profissionais de saúde que atendem tanto em unidades básicas quanto em pronto-atendimento estão atentos à situação e notificando casos suspeitos.”

Ela explica que quando há uma notificação é possível intervir e tomar as medidas de controle: isolamento do caso e monitoramento de contatos. “É a forma mais efetiva de conter a doença no momento”, diz. A subsecretária afirma ainda que a elevação do nível de alerta pelo Ministério da Saúde não traz mudanças efetivas nas medidas que estão sendo adotadas no estado. “A mudança é apenas em relação à definição dos casos. O Ministério coloca nível 3 porque a doença já está declarada como de importância internacional pela OMS (Organização Mundial de Saúde). E ele precisa avaliar como está a situação no país para identificar se vai classificá-la como de importância nacional, o que ainda não aconteceu.” Ainda não há previsão de recebimento de doses de vacina para imunização.

A infectologista Melissa Valentini acredita que a tendência é que os casos continuem a aumentar nas próximas semanas. “Tudo leva a crer que a transmissão pelo contato sexual, neste momento, é o mais importante na relação com a doença. Na Europa, já vemos uma diminuição do número de casos, nos Estados Unidos eles ainda estão em alta e, na semana passada, o maior aumento, no mundo, foi registrado no Brasil.”

PERFIL Ela destaca que, neste momento, a maior atenção deve estar voltada para a população HSH (homens que fazem sexo com homens). “Porque os relatos são de que a transmissão do vírus na população acontece por meio de contato sexual entre homens que fazem sexo com homens.”

Porém, ela lembra que esta não é a única forma de transmissão da doença, que se dá também por contato diretamente com a pessoa contaminada ou com roupas e objetos infectados. “O principal foco é orientar, principalmente, a atenção básica à saúde, de que lesões de pele acompanhadas ou não de sintomas gerais, podem ser casos da doença. A maior parte das pessoas tem as áreas genitais afetadas e essas lesões podem ser confundidas com outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).”

“Neste momento, o essencial é fazer a identificação dos casos, rastrear as pessoas que tiveram contato com pacientes nos últimos 21 dias – período máximo de incubação – e fazer esse monitoramento. O mais importante além do monitoramento dos casos é mostrar para a população que lesões diferentes que apareçam na pele podem ser monkeypox. Não só a população em geral, como também os profissionais de saúde, principalmente de pronto atendimento para identificar essas lesões.”

Além disso, a infectologista ressalta que a doença tem baixa letalidade. “A mortalidade, a princípio, está muito baixa. Mas temos que lembrar que estamos falando de vírus. Apesar de não sofrer tanta mutação quanto os vírus de RNA, como o caso do coronavírus (da COVID-19), ela pode acontecer.” Melissa faz ainda um alerta de que a doença pode ser transmitida para animais de estimação, fazendo com que o vírus se torne endêmico. “A pessoa contaminada deve evitar o contato com animais domésticos.”

“INCRIVELMENTE DOLOROSA” Apesar de provocar poucas mortes, a varíola dos macacos causa dor intensa. Camille Seaton, de 20 anos, mora na Geórgia e é uma das poucas mulheres dos Estados Unidos que tiveram o diagnóstico confirmado da doença. A jovem postou um vídeo no TikTok descrevendo o que passou desde que as bolhas começaram a surgir em sua pele.

Ela classifica a infecção como “incrivelmente dolorosa” e conta que a doença chegou a impedi-la de fazer tarefas comuns. “Tinha muitas bolhas em minhas mãos, então era difícil para mim fazer qualquer coisa com minhas mãos… eu não conseguia segurar meu telefone. Não podia fazer nada em casa. Não conseguia nem dobrar minhas roupas. Foi extremamente doloroso.”

Camille diz que percebeu caroços no rosto pela primeira vez em 11 de julho, mas  acreditava que era acne. Cinco dias depois, surgiram mais erupções na pele, então ela decidiu ir ao hospital para fazer testes, que confirmaram a doença. Além das lesões no corpo, ela também teve febre, erupção cutânea, dores de cabeça, musculares e nas articulações. “As lesões no meu rosto foram as primeiras a aparecer e os inchaços permaneceram por uma semana e meia.”

A DOENÇA NO ESTADO

111 

casos confirmados

232 
casos descartados

» 423 casos em investigação

» 1 morte, em 28/7. Paciente de 41 anos, do sexo masculino, morador de Belo Horizonte
» Todos os casos confirmados são do sexo masculino, com idades entre 21 e 55 anos
» Um paciente confirmado está em internação hospitalar por necessidades clínicas

Distribuição por cidades

» Belo Horizonte, 80; Betim, 1; Bom Despacho, 1; Carangola, 1*; Cataguases, 1; Contagem, 8; Governador Valadares, 2; Janaúba, 1; Juiz de Fora, 2; Mariana, 1; Poços de Caldas, 1; Pouso Alegre, 1; Ribeirão das Neves, 2; Sabará, 1; Santa Luzia, 4; Sete Lagoas, 2; Teófilo Otoni, 1; Uberlândia, 1
*Reside em outro país

Fonte: Redcap

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