O primeiro caso de monkeypox – agente responsável por causar a ‘Varíola dos macacos’ – em Minas Gerais foi registrado nesta quarta-feira (29/6).
O homem, de 33 anos, chegou a Belo Horizonte na segunda-feira (26/6), vindo de Londres, e já está isolado.
Especialista em pox vírus e integrante da Câmara POX-MCTI, a professora Giliane Trindade afirma que é importante evitar a transmissão para que não seja desenvolvida uma doença mais agressiva.
Para monitorar o avanço da doença no Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) criou a Câmara POX-MCTI que conta com seis pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com especialistas que vão monitorar a evolução da doença na Europa e os casos confirmados no Brasil,.
Giliane também disse que “é um bom sinal que a contaminação do paciente tenha ocorrido no exterior, pois mostra ainda não houve uma transmissão comunitária”, mas alertou que, quem teve contato com o paciente nas últimas três semanas, deve procurar realizar exames, principalmente se tiverem entrado em contato com lesões na pele, objetos contaminados, saliva, sêmen ou outros fluídos corporais.
“É fundamental o isolamento do infectado para evitar que a doença seja transmitida”, afirmou Giliane.
Minas Gerais ainda investiga três casos suspeitos de pessoas que não foram para o exterior em Varginha, Pará de Minas e Juiz de Fora. Além de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará já registraram casos do vírus.
A professora disse que é importante que “os gestores sejam informados sobre a necessidade de aplicação da vacina e que haja estímulo para que laboratórios nacionais façam a pesquisa e produzam imunizantes”.
Já existem imunizantes para prevenir a doença, mas nenhum deles está disponível no Brasil.
O vírus que causa a “varíola dos macacos” é originário da África e, neste ano, começou a ser disseminado em países europeus.
No Brasil, pouco mais de 20 casos já foram confirmados pelo Ministério da Saúde, sendo que a maior parte deles em São Paulo.
Doença
Similar à varíola humana, a enfermidade causa sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo, fadiga, lesões na pele e inflamação de linfonodos.
Além do isolamento da pessoa contaminada, aconselha-se evitar contato com animais e fazer a higiene frequente das mãos.
A doença não oferece graves riscos para as pessoas, sendo que a letalidade varia de 1% a 10% dependendo do paciente e do vírus, mas, segundo a pesquisadora, deve-se ficar atento para que a doença não se torne mais virulenta.