Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é mais uma das cidades brasileiras que têm recebido famílias exiladas da Venezuela, após a crise política, econômica e social que se instalou naquele país. Segundo a última atualização, feita nesta quarta-feira (18/8), são sete famílias residentes no município.
Mas por que a cidade com menos de 40 mil habitantes, a 50 km de Belo Horizonte e a mais de 3 mil km da Venezuela, tem servido de refúgio para os vizinhos sul-americanos?! A resposta é simples. O programa de interiorização, comandado pelo Exército Brasileiro e pela Organização das Nações Unidas (ONU), recomenda que os imigrantes sigam para as cidades do interior próximas a aeroportos, para que pudessem se estabelecer.
E o Centro de Matozinhos fica a cerca de 20 km do Aeroporto Internacional de BH, em Confins. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social de Matozinhos, as famílias vieram através do trabalho em parceria com governo federal e Nações Unidas. Todas elas cruzaram a fronteira e chegaram a Pacaraima, no estado de Roraima. Na sequência, foram encaminhadas para o terminal de Confins. As famílias são compostas por 15 adultos e nove crianças. De acordo com a secretaria local, moram em bairros distintos em Matozinhos e estão custeando sua própria moradia, através de renda informal e auxílios – como os benefícios do Programa Bolsa Família e Auxílio Emergencial.
Processo de acolhimento
Na semana passada (10/8), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) do município reuniu as famílias venezuelanas na unidade para conhecer a história dessas pessoas, as vulnerabilidades às quais estão expostas e o desafio para recomeçar uma nova vida em outro país. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, uma das famílias já está em Matozinhos há dois anos e a mais recente chegou no mês passado – e ainda se adapta ao ritmo da cidade.
A secretaria organiza esses encontros para direcioná-los quanto aos serviços públicos disponíveis para assistência à população. “O objetivo dessas reuniões é informar aos usuários como será desenvolvido o trabalho social com as famílias e uma apresentação dos benefícios da Política de Assistência Social existentes no município”, diz a pasta, por nota. Os serviços sociais oferecidos são:
- 2ª via da documentação civil;
- inscrição no Cadastro Único;
- avaliação do benefício eventual de cesta básica; entre outros encaminhamentos
Além disso, será ofertada uma orientação sobre preparação para entrevistas de emprego, elaboração de currículos e cadastros de vagas, para que possam se preparar para o mercado de trabalho na região.
Inserção das crianças na educação
O grupo de venezuelanos possui nove crianças e, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, somente duas estão em idade escolar e devidamente matriculadas nas escolas de Matozinhos. “Elas estão realizando as atividades remotas e não encontraram dificuldades relacionadas à adesão escolar, assim como, identificamos que as crianças têm maior facilidade em aprender a língua portuguesa do que os familiares adultos, isso facilita a comunicação entre professores e alunos”, esclarece a pasta.
Fonte: Estado de Minas.