O impasse sobre o transporte de passageiros no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, voltou a ser pauta de debates políticos. A discussão agora chegou à Câmara Municipal da capital, onde vereadores, representantes sindicais e autoridades locais se manifestaram sobre a disputa entre taxistas de diferentes municípios.
O problema gira em torno da regra que impede motoristas de embarcarem passageiros fora da cidade onde estão registrados. Na prática, taxistas de Belo Horizonte podem levar clientes até o aeroporto, mas não podem pegar novos passageiros no terminal para a volta. A mesma restrição vale para os profissionais de Confins, Lagoa Santa e cidades vizinhas que se dirigem até a capital. Quem descumpre a norma está sujeito a multa de R$ 1.972,00 e até à apreensão do veículo, segundo o Decreto nº 48.121/2021.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Minas Gerais (Sincavir), João Paulo Castro, defendeu um acordo entre as prefeituras como solução. Segundo ele, a medida poderia garantir benefícios tanto para os motoristas de Belo Horizonte quanto para os que dependem da demanda do aeroporto em Confins para sobreviver. “Seria preciso criar uma moeda de troca, de forma que todos possam sair ganhando”, disse.
Entretanto, o clima de conciliação não é unânime. O vereador de Confins, Cristiano Vertelo (Progressistas), afirmou que a entrada de taxistas de BH no aeroporto poderia sufocar os cerca de 650 profissionais já cadastrados na região. “Não existe corrida para todo mundo. O que oriento é que cada taxista recue para a sua praça e deixe as autoridades buscarem uma saída melhor”, declarou.
Do outro lado, o presidente da Câmara de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Podemos), criticou a barreira imposta. Para ele, a situação é absurda: “Estamos no século XXI e ainda temos que lidar com uma regra que permite a ida, mas não o retorno. Precisamos de um convênio que inclua BH, Confins, Lagoa Santa e Vespasiano”.
Atualmente, Belo Horizonte já possui um programa de integração, chamado “Praça Integrada”, que autoriza embarques e desembarques em cidades como Contagem, Ibirité, Sabará, Ribeirão das Neves e Esmeraldas. A inclusão de Confins e municípios do entorno do aeroporto, no entanto, segue em impasse.
Foto: Reprodução/Internet
Fonte: Itatiaia
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