A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro classificou a conduta do tio Gilberto Firmo Ferreira, preso com vasta quantidade de vídeos e fotos de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, como um “crime vergonhoso”.
Michelle recebeu a informação da prisão durante missão no Pará. Em nota pública, afirmou ter recebido com indignação e profunda tristeza a notícia.
“Trata-se de um crime vergonhoso, não somente por sua gravidade, mas principalmente porque fere profundamente a dignidade humana de crianças e adolescentes. A minha dor é maior justamente por eu dedicar a minha vida ao combate ferrenho a todo o tipo de crimes sexuais e abusos contra crianças”, declarou.
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A ex-primeira-dama detalhou, porém, que há mais de 18 anos não tem contato próximo ou convivência com o tio, apesar do vínculo biológico.
“Considero lastimável, revoltante e repugnante a conduta desse parente e, uma vez comprovadas essas acusações, entendo como necessário que ele receba, integralmente, o peso da justiça, com as punições e penas previstas para esse crime tão deplorável”, arrematou.
Afirmando ser uma defensora intransigente da proteção das crianças e dos mais vulneráveis, a ex-primeira-dama destacou que luta pela responsabilização exemplar de quem pratica qualquer tipo de crime ou violência contra elas, incluindo parentes.
“Rejeito com veemência qualquer tentativa de atrelar meu nome ou minha reputação pessoal e profissional a atos praticados por terceiros, parentes ou não. Cada pessoa é responsável e deve responder, individualmente, por seus atos. Nisso consiste a individualização de condutas e penas prevista em nossa legislação”, argumentou.
Michelle Bolsonaro reafirmou que seguirá firme para proteger os vulneráveis, defender os valores e construir um país mais justo e com igualdade de oportunidades para todos.
Tio solto
Após passar por audiência de custódia, neste sábado (2/8), Gilberto, recebeu liberdade provisória. O homem foi preso nessa sexta-feira (1º/8), no Sol Nascente, com uma vasta quantidade de vídeos e fotos de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
Na decisão, o juiz responsável pelo caso decretou as seguintes medidas que deverão ser cumpridas por Gilberto:
- Obrigação de comparecer a todos os atos do processo
- Obrigação de manter o endereço atualizado
- Proibição de ausentar-se do DF por mais de 30 dias
À Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Gilberto, que é surdo, confessou em depoimento, com a ajuda de um intérprete de Libras, que compartilhava os vídeos criminosos em um grupo de Facebook com outras cinco pessoas. O Metrópoles teve acesso à transcrição do depoimento.
No documento, ele afirma que o telefone foi um presente de um amigo, porque o aparelho anterior estava “muito velho” e admite que sabia que havia material de pedofilia salvo no equipamento. Segundo Gilberto, ele recebia de outras pessoas e pedia para que parassem de mandar, mas seu pedido não teria sido atendido.
Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), cumprido pela PCDF. Na ocasião, foram encontradas as mídias no celular do suspeito, o que levou à sua prisão em flagrante
Gilberto era investigado por envolvimento com pornografia infantil após a Polícia Federal verificar que o e-mail dele era usado para compartilhar o conteúdo criminoso. No depoimento, Gilberto alegou que não usava mais o endereço eletrônico.