Um batizado realizado em uma igreja católica no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, gerou polêmica após o padre se recusar a pronunciar o nome da criança, Yaminah. Segundo a família, o religioso alegou que o nome teria ligação com um culto religioso e, por isso, não o utilizaria durante a celebração.
O episódio foi registrado em vídeo por uma tia da menina. Nas imagens, é possível ouvir familiares pedindo que o padre fale o nome da criança, mas ele insiste em chamá-la apenas de “a criança” ou “a filha de vocês”. A mãe, Marcelle Turan, relatou que a situação começou antes da cerimônia, quando o padre sugeriu que o nome fosse precedido de “Maria” — proposta recusada pela família.
Durante o momento central do sacramento, em que tradicionalmente se diz “eu te batizo, [nome]”, o padre não mencionou Yaminah.
De acordo com o Código de Direito Canônico da Igreja Católica, recomenda-se que os pais evitem nomes “alheios ao sentido cristão”. No entanto, especialistas afirmam que isso não pode impedir o batismo. “Desde a década de 1980 não é obrigatório ter um nome de santo. Qualquer pessoa pode ser batizada com qualquer nome”, explicou Rodrigo Toniol, professor de Ciências Sociais da Religião da UFRJ.
A família registrou ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, classificando o caso como preconceito por raça, cor ou religião. Em nota, a Arquidiocese do Rio informou que “o nome da criança não é citado em todos os momentos da celebração”.
Foto: Reprodução/Vídeo
Fonte: G1
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