Videogame Ganha Espaço Como Tratamento de Pacientes com Parkinson
Jogos virtuais têm encontrado um novo espaço no tratamento de pacientes com Parkinson, proporcionando movimento, equilíbrio e momentos de descontração durante as sessões de reabilitação. A combinação de tecnologia e terapia, através da realidade virtual não imersiva, surge como uma alternativa promissora para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o medo de quedas.
Na clínica-escola de Fisioterapia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em Canoas, a técnica é aplicada em um projeto desenvolvido pela estudante Jaqueline Melo, de 29 anos, como parte do seu trabalho de conclusão de curso (TCC). A iniciativa utiliza a realidade virtual não imersiva para aprimorar a velocidade de caminhada, o equilíbrio dinâmico e a segurança dos participantes durante as atividades.
Jaqueline relata que, ao realizar atendimentos com pacientes diagnosticados com a doença de Parkinson, percebeu a necessidade de implementar uma abordagem mais dinâmica para auxiliar esses indivíduos. As sessões são realizadas duas vezes por semana, com duração de 45 minutos e divididas em três jogos: Basic Run, que foca na aceleração da marcha; Super Hula Hoop, que envolve o uso de um bambolê e exige dissociação de cintura e equilíbrio sobre uma plataforma; e Boxing, que trabalha agilidade e postura.
Cada paciente participa de maneira individual, com intervalos entre as atividades. Jaqueline destaca que um dos principais desafios foi o jogo do Super Hula Hoop, onde alguns pacientes inicialmente demonstraram medo de subir na plataforma, temendo quedas. Contudo, com o tempo, eles superaram esse medo e se mostraram satisfeitos ao perceberem que conseguiam se manter em pé.
O projeto conta com a participação de quatro voluntários, sendo três homens e uma mulher, todos nos estágios iniciais da doença, que variam de 1 a 3 na escala de progressão do Parkinson. Entre eles, dois estão no estágio 1, com sintomas leves que geralmente não afetam as atividades diárias; um no estágio 2, com sintomas bilaterais e dificuldades em caminhar; e um no estágio 3, que apresenta sintomas mais evidentes, como lentidão dos movimentos.
Para avaliar os avanços dos pacientes, Jaqueline utiliza testes como a caminhada de 10 metros para medir a velocidade, o Mini Best para avaliar o equilíbrio, o FES-I para mensurar o medo de quedas e o PDQ-39, um questionário específico sobre qualidade de vida. Após as atividades, os sinais de progresso incluem melhora no equilíbrio, aumento da agilidade e mudanças na postura.
Os pacientes também se envolvem em uma competição amigável, onde um aguarda a vez do outro e brincam sobre quem teve um desempenho melhor na sessão. Jaqueline planeja publicar os resultados de sua pesquisa e continuar estudando a relação entre tecnologia e reabilitação neurológica. Ela expressa satisfação ao observar os benefícios que as atividades trazem aos pacientes, ressaltando a gratificação de vê-los com uma qualidade de vida aprimorada e mais felizes.
Crédito da foto: g1
Fonte: g1.globo.com



















