Violência nas escolas de BH adoece professores e leva a afastamentos por saúde mental

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Uma pesquisa do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte) revelou um dado alarmante: 94,3% dos profissionais das escolas já presenciaram algum tipo de violência no ambiente de trabalho em Belo Horizonte. As agressões mais citadas foram a verbal (86,1%), a psicológica (73,2%) e a física (55,6%).

Esses episódios têm contribuído diretamente para o aumento dos afastamentos de professores por questões psiquiátricas. Casos de crises de pânico, ansiedade e esgotamento têm se tornado cada vez mais comuns. Uma professora de 47 anos relatou que chegou a paralisar em sala de aula, sendo retirada por colegas e diagnosticada com crise de ansiedade e pânico. Outra docente, de 39 anos, precisou deixar o cargo de vice-diretora após sofrer perseguições e perder a saúde mental em um “ambiente tóxico”.

Segundo Marcelle Amador, diretora estadual do SindUte, a violência nas escolas está ligada à precarização da profissão. Além da sobrecarga de trabalho e baixos salários, os docentes enfrentam hostilidade no ambiente escolar, o que agrava o quadro de adoecimento.

Dados da Prefeitura de Belo Horizonte mostram que a média mensal de afastamentos de professores da rede municipal e da educação infantil subiu de 349 em 2024 para 364 em 2025, um aumento de 4%. Embora não haja separação específica dos números relacionados à saúde mental, o Executivo municipal afirma que desenvolve ações para prevenção de agravos e promoção de saúde funcional.

Já a Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais (SEE-MG) informou que oferece acompanhamento especializado a servidores com adoecimento mental, com apoio de psicólogos, assistentes sociais e psiquiatras. Neste ano, o governo estadual investiu R$ 100 milhões em ações voltadas para o cuidado socioemocional da rede de ensino.

Foto: Pixabay/Ilustrativa — Fonte: O Tempo

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