Em Minas Gerais, uma criança ou adolescente sofre violência sexual em escolas, em média, a cada dois dias. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mostram que as instituições de ensino são o terceiro local com mais registros desses crimes, atrás apenas das residências e vias públicas. De janeiro de 2024 até 12 de maio de 2025, foram 420 notificações, sendo 64 apenas neste ano.
Crianças com idade entre 1 e 4 anos representam quase um terço das vítimas. A subnotificação é um desafio, especialmente entre os mais novos, que muitas vezes ainda não conseguem relatar os abusos. Por isso, ações de conscientização, como a campanha “Jornada do Maio Laranja”, promovida pela Polícia Civil de Minas Gerais, são fundamentais para informar e orientar alunos, professores e pais.
As palestras, que ocorrem em escolas e creches, ensinam sinais de alerta e noções básicas de proteção corporal, ajudando as crianças a reconhecer comportamentos abusivos. Muitas vezes, as denúncias surgem logo após essas atividades. As autoridades também alertam que mudanças bruscas de comportamento podem indicar que algo está errado.
Embora a maioria dos abusos ocorra dentro de casa e seja praticada por pessoas próximas, a escola pode ser tanto o local do crime quanto um espaço essencial para identificação e acolhimento das vítimas. Em casos confirmados, os órgãos responsáveis oferecem assistência médica, psicológica e social.
O governo de Minas informou que mantém 108 instituições de referência para atendimento e que capacita profissionais para lidar com essas situações. A Secretaria de Educação também desenvolve materiais e orientações para prevenir e combater abusos nas escolas da rede estadual.
Foto: Mateus Pena / O Tempo
Fonte: O Tempo
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