Uma mulher que foi vítima de estupro relatou à Globonews ter sido obrigada a ouvir o coração do feto enquanto tentava realizar um aborto no Hospital Municipal Tide Setubal, localizado em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.
A vítima, que esperava um atendimento agendado, descreveu a experiência como extremamente traumática, sendo constrangida a ouvir o coração do feto diante de outras pessoas na sala. Ela solicitou que o procedimento fosse interrompido e deixou o local.
Durante o atendimento, a equipe do hospital também tentou persuadi-la a não realizar o aborto, oferecendo alternativas como segurar a gestação até o final e prometendo cuidados adicionais, como laqueadura.
Após ter o procedimento negado em três hospitais da capital paulista, a mulher conseguiu realizar o aborto em outro estado, com o auxílio da Defensoria Pública de São Paulo, apesar de a legislação federal autorizar a interrupção da gestação em casos de violência sexual.
O Hospital Tide Setubal foi o terceiro hospital que ela procurou, após tentativas frustradas no Hospital da Mulher e no Hospital Municipal Campo Limpo, ambos recusando o procedimento alegando que a gestação estava avançada. A vítima só descobriu a gravidez na 24ª semana.
Atualmente, um projeto de lei discutido na Câmara dos Deputados propõe equiparar o aborto ao crime de homicídio a partir da 22ª semana de gestação, o que poderia resultar em penas maiores para mulheres que foram estupradas e optam por interromper a gravidez.
Esse resumo é baseado nas informações do Metrópoles e da Globonews.