Vítimas relatam abusos, tortura e intimidação cometidos por líder espiritual preso em Belo Horizonte

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

Mulheres que frequentavam um terreiro de umbanda na Região Leste de Belo Horizonte denunciaram à polícia episódios de abusos sexuais, agressões e ameaças atribuídos ao responsável pela condução dos rituais no local. O líder espiritual foi afastado das atividades e preso após determinação judicial.

Segundo os relatos, os abusos ocorriam durante supostos rituais de limpeza energética. As vítimas afirmam que o líder fechava a porta da sala, colocava música e iniciava os atos, muitas vezes na presença de uma assistente, que também foi presa. Elas disseram ter sido convencidas de que os procedimentos faziam parte de práticas espirituais, até perceberem que não havia qualquer fundamento religioso por trás das abordagens.

As denúncias incluem ainda humilhações públicas, exigência de pagamentos considerados abusivos e ameaças de morte. Testemunhas confirmaram episódios de intimidação e relataram que o líder usava arma de fogo para gerar medo entre os frequentadores.

Uma jovem chegou a relatar tortura ocorrida em fevereiro de 2024, quando teve o pé e a perna queimados com álcool e fogo durante um ritual obrigatório realizado periodicamente no espaço religioso.

O investigado, que além de líder espiritual também atua na área de segurança pública, teria usado sua posição para reforçar a coação sobre as vítimas. Diante da gravidade dos relatos, a Justiça determinou medidas cautelares como afastamento das atividades religiosas, suspensão do porte de arma, proibição de contato com vítimas e testemunhas e cumprimento de mandados de busca e apreensão no terreiro e na residência do suspeito. A prisão ocorreu após descumprimento de ordem judicial.

As investigações seguem sob segredo de justiça e incluem suspeitas de estupro, violência sexual mediante fraude, importunação sexual, tortura, extorsão, ameaça e lesão corporal.

Em nota, o terreiro informou atuar há décadas na prática da caridade e destacou que a instituição não se resume à figura de um único sacerdote. A defesa dos investigados disse estar adotando medidas para demonstrar a inocência dos envolvidos.

Fonte do texto: g1 Minas / MG1

Foto: Reprodução / g1 Minas

Encontre uma reportagem