WePink: empresa de Virginia fez publicidade enganosa, teve mais de 120 mil reclamações e censurou nas redes sociais, diz promotor

Por Dentro De Tudo:

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A WePink, empresa da influenciadora Virginia Fonseca, enfrenta sérias acusações, incluindo mais de 120 mil reclamações registradas em menos de dois anos, conforme informações do Ministério Público de Goiás. O promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva destacou que as queixas envolvem propaganda enganosa e censura nas redes sociais, com a exclusão de reclamações dos consumidores. O advogado da empresa, Felipe de Paula, afirmou que a WePink ainda não foi citada na ação e, portanto, não tomou conhecimento dos termos.

A ação foi protocolada em conjunto com o Procon na quarta-feira, 8 de outubro. O órgão explicou que a estratégia de “flash sales”, ou ofertas-relâmpago, gerou um senso artificial de urgência, levando os consumidores a compras impulsivas e explorando sua vulnerabilidade psicológica. A influência da imagem de Virginia Fonseca foi ressaltada, pois muitos de seus seguidores confiam em suas recomendações.

De acordo com o documento, em 2025 foram registradas 30 mil reclamações até a data da ação, enquanto em 2024, o número de queixas chegou a 90 mil. O texto também sugere que o total de consumidores afetados pode alcançar 300 mil, considerando aqueles que não formalizaram suas reclamações.

O promotor Élvio Vicente da Silva também mencionou que consumidores relataram a falta de entrega de produtos pagos, dificuldades para solicitar reembolsos e um atendimento pós-venda insatisfatório. Entre as práticas abusivas listadas na ação estão a falta de entrega de produtos, descumprimento de prazos que ultrapassaram sete meses, resistência em devolver valores pagos, atendimento automatizado ineficiente, exclusão de críticas nas redes sociais e a entrega de produtos com defeito.

Diante dessa situação, o Ministério Público pediu a suspensão das transmissões ao vivo da empresa até que as pendências sejam regularizadas, além da criação de um serviço de atendimento ao cliente eficiente e humanizado, com respostas em até 24 horas para cada reclamação. O objetivo é ressarcir integralmente todos os clientes prejudicados. O promotor também solicitou uma multa de R$ 1 mil por cada ofensa feita por consumidor, além de uma indenização de R$ 5 milhões em caráter punitivo e educativo, e outra reparatória para cada consumidor afetado, que ainda será calculada.

A WePink já havia sido notificada anteriormente pelo Procon e foi autuada no final de setembro. Segundo a fiscalização, a empresa anunciou e comercializou produtos em todo o país, mas não cumpriu os prazos de entrega. O Procon também ressaltou que a marca realizou transmissões ao vivo com influenciadores promovendo produtos a preços atrativos, mesmo diante do grande número de reclamações.

Em resposta à autuação, a defesa da WePink afirmou que a empresa não recebeu a notificação enviada no início do ano e que apresentou defesa quando recebeu uma segunda notificação, alegando não ter recebido a primeira. A empresa ainda informou que não enfrenta mais atrasos frequentes.

Fonte: g1. Crédito da foto: Reprodução/Instagram da WePink.

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