A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) anunciou o início de uma greve de fome após a Justiça da Itália manter sua prisão enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil. O comunicado foi feito por meio de uma carta endereçada ao ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, divulgada nesta quinta-feira (9).
Zambelli está presa no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, desde julho, e afirma ser vítima de perseguição política. Na carta, ela declara que permanecerá sem se alimentar até que o governo italiano negue sua extradição, alegando inocência. “Por ter a absoluta certeza de que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando minha extradição”, escreveu a parlamentar.
A Justiça italiana rejeitou o recurso apresentado pela defesa, mantendo a prisão da deputada sob o argumento de que há alto risco de fuga caso ela seja liberada. O tribunal também avaliou que a unidade prisional onde ela se encontra oferece condições adequadas de tratamento médico e acompanhamento psicológico.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e deixou o Brasil antes da decisão definitiva. O pedido de extradição foi feito pelo governo brasileiro e encaminhado ao governo italiano pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Em sua carta, a deputada também fez críticas diretas à decisão do magistrado, chamando-a de “injusta e sem provas”. A Justiça da Itália, por sua vez, ainda não tem prazo definido para decidir sobre o pedido de extradição.
Fonte: O Tempo | Foto: Renato Araújo / Câmara dos Deputados