O Zoológico de Belo Horizonte registrou 272 mortes de animais desde 2021, número superior ao total de nascimentos e de indivíduos recebidos por transferência no mesmo período. No intervalo analisado, apenas 150 animais passaram a integrar o plantel, resultando em um déficit de 122 exemplares.
A administração municipal informou que abriu investigação para apurar as duas mortes mais recentes, da chimpanzé Kelly e da leoa-branca Pretória, ocorridas durante procedimentos que exigiam anestesia. O anúncio foi feito pelo prefeito Álvaro Damião nesta quarta-feira (12).
Levantamento da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica aponta que as aves representam a maior parte das mortes, com 168 registros — aproximadamente 62% do total. O ano mais crítico foi 2022, quando 74 animais morreram, média de uma perda a cada cinco dias. Em 2025, já foram contabilizadas 34 mortes, o equivalente a uma a cada nove dias.
Segundo a fundação, muitos dos animais que chegam ao parque são oriundos de resgates de fauna envolvendo tráfico, maus-tratos ou outras situações de vulnerabilidade. Por isso, diversos indivíduos já apresentam debilidade ou doenças prévias, o que dificulta a recuperação mesmo sob cuidados veterinários. O órgão também reforça que parte dos animais é encaminhada ao zoo em idade avançada.
O prefeito destacou o trabalho das equipes e afirmou que a gestão irá ampliar o diálogo sobre políticas de proteção animal na capital. O zoológico, segundo ele, “tem como missão principal a preservação da fauna”, e o lazer oferecido ao público é consequência dessa atuação.
O plantel atual do Zoológico de BH reúne mais de 3 mil animais de cerca de 200 espécies, distribuídos em 293 recintos. Todas as entradas, saídas e nascimentos são registrados e autorizados pelos órgãos fiscalizadores, incluindo o IEF e o Ibama.
Mortes registradas por ano no Zoológico de BH
2021 — 49
2022 — 74
2023 — 61
2024 — 54
2025 — 34
Crédito do texto: O Tempo
Crédito da foto: Flávio Tavares / O Tempo


















