O grupo de trabalho criado pela Prefeitura de Sete Lagoas para estudar as causas de tremores registrados em Sete Lagoas não para de trabalhar e, na tarde desta segunda-feira, 1º de agosto, apresentou uma ótima notícia para a cidade: a instalação de uma rede integrada com sete sismógrafos para a realização de um profundo estudo sobre este tipo de ocorrência.
O anúncio foi feito no gabinete do prefeito Duílio de Castro com a presença do coordenador da Defesa Civil Municipal, Sérgio Andrade, e do secretário municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Dr. Edmundo Diniz. As sete bases de sismografia chegam por meio de convênio com a Universidade Federal de Brasília (UnB). “O último tremor foi registrado na sexta-feira com 2.9 de magnitude. A situação preocupa, mas estamos trabalhando para descobrir as causas e acalmar a todos. Este estudo detalhado acontecerá durante seis meses para apresentar um relatório conclusivo e orientador”, explica Duílio de Castro.
O trabalho é minucioso e terá o apoio da UnB, que tem grande experiência neste tipo de investigação. “Nosso grupo de trabalho começou a trabalhar tão logo foi registrado o primeiro abalo no fim de abril. Na última sexta-feira fizemos uma reunião extraordinária onde aceleramos essa parceria técnico-científica para a instalação dessas bases para um monitoramento assertivo da situação”, detalha Dr. Edmundo Diniz.
O prefeito Duílio de Castro aproveitou a oportunidade para alertar o cidadão quanto a mensagens irônicas que circulam em redes sociais que, inclusive, desinformam a população no momento das ocorrências. “Fico muito triste por políticos fazerem vídeos irresponsáveis para apavorar a população. Ninguém deve brincar com situação tão séria. Vamos fazer este estudo completo para esclarecer e tranquilizar a população. Buscamos uma resposta verdadeira”, conclui Duílio de Castro.
Entenda o caso
Desde maio, após o primeiro abalo sísmico em Sete Lagoas este ano, a Prefeitura de Sete Lagoas vem agindo com o objetivo de monitorar e minimizar eventuais efeitos dos tremores de terra já que, por provavelmente se tratarem de fenômenos naturais, que não podem ser evitados. Ainda em maio ofícios foram encaminhados para centros sismológicos nacionais, como o da Unimontes, da UFMG, da UnB (Brasília) e da USP (São Paulo), em busca de apoio e respostas.
Logo em seguida, um Grupo de Trabalho foi criado com membros do Executivo Municipal e especialistas. Fazem parte do grupo Edmundo Diniz Alves, secretário municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Turismo; Sérgio Andrade de Carvalho Júnior, coordenador da Defesa Civil; Antônio Garcia Maciel, secretário municipal de Obras, Segurança, Trânsito e Transporte; Jonas Felisberto Dias, coordenador de Ordenamento Urbano; Sideny Goreth Gomes Abreu, superintendente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Turismo; e Marcelo Sousa de Assumpção, professor de Geofísica da Universidade de São Paulo (USP).
Na sequência, o prefeito Duílio de Castro se reuniu, no início de junho, com o superintendente de Gestão de Desastres da Defesa Civil do Estado de Minas Gerais, Major Eduardo. De acordo com a Defesa Civil Estadual, estudos preliminares do Núcleo Sismológico da Unimontes apontaram para causas naturais, de acomodação de placas tectônicas, mas o monitoramento seguiu sendo feito.
No final de junho uma reunião online com o pesquisador Dr. Paulo Roberto Antunes Aranha, professor do Instituto de Geociências do Departamento de Geologia da UFMG e representantes do grupo de trabalho trocou informações e orientações. Na ocasião, o Centro de Sismologia da USP instalou um sismógrafo local na Fazenda Arizona por um período de 60 dias.”Quinzenalmente um funcionário extrai os dados para análise. Nenhum município tem essa expertise, apenas os centros sismológicos. Por isso queremos saber quais equipamentos precisamos ter aqui para registrar esses dados em parceria com as universidades”, pediu o secretário na ocasião.
Após o último tremor, registrado nesta sexta-feira, 29, o grupo voltou a se reunir novamente em caráter emergencial, desta vez, com o professor Doutor em Geofísica da USP, Marcelo Assumpção, e ficou acertado o empréstimo provisório de sismógrafos para esse tipo de análise. A Defesa Civil Municipal também elaborou uma cartilha para orientar a população em caso de tremores que possam comprometer a estrutura de suas residências. “Em caso de trincas, rachaduras ou quedas de eletrodomésticos, o cidadão deve acionar de imediato a Defesa Civil pelo 153”, explica o coordenador do órgão, Sérgio Andrade. A população também pode contribuir para os estudos indicando os bairros onde os tremores foram sentidos por meio do link http://www.sismo.iag.usp.br/eq/dyfi.
Outras cidades
De acordo com o Centro de Sismologia da USP, desde o início de maio houve ocorrência de abalos sísmicos em pelo menos 12 cidades mineiras. Além de Sete Lagoas, foram registradas ocorrências em Morada Nova de Minas, Funilândia, Ibirité, Felixlândia, Matozinhos, Carmo do Cajuru, Mesquita, Pompéu, Prudente de Morais, Ibituruna e Senador Cortes (confira em http://moho.iag.usp.br/eq/latest, filtrar por Brasil).