Uma pesquisadora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) desenvolveu algoritmos de Inteligência Artificial (IA) capazes de ajudar na detecção precoce de sinais do câncer de mama. A inovação foi patenteada pela Huna, empresa que desenvolve soluções para questões de saúde com base em tecnologia de ponta.
Em conversa com o BHAZ, Daniella Castro Araújo, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação, disse que teve a ideia de estudar sobre o tema após uma amiga receber o diagnóstico da doença em estado já avançado.
“Isso me impactou muito, fui buscar mais informação sobre o câncer, e então percebi que a chance de cura é muito alta nas fases iniciais (quase 99%). Mas no Brasil, só 20% das mulheres na faixa etária preconizada têm acesso ao rastreamento de câncer, levando a muitos mais diagnósticos tardios, mais alta mortalidade e mais custos de tratamento”, explica ela.
O propósito da pesquisa, segundo ela, é desenvolver uma solução que ajudasse a melhorar o acesso ao diagnóstico precoce já que grande parte das mulheres acima de 40 anos não têm condições de realizar a mamografia anualmente.
“Nós temos uma ferramenta que estratifica o risco do câncer de mama usando dados de exames de rotina, como o hemograma. Com essa estratificação, as operadoras de saúde privadas e públicas podem priorizar as mulheres na fila da mamografia, deixando em primeiro lugar as que têm maior risco”, disse a pesquisadora.
Estudo deve ser implementado em breve
O estudo de Daniella foi desenvolvido em parceria com o Grupo Fleury e o Hospital do Amor, de Barretos, em São Paulo. Os pesquisadores analisaram os resultados de exames de sangue de mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama e de mulheres saudáveis.
“Nesse estudo, usamos IA para identificar o padrão de alteração sanguínea que ocorre desde as fases iniciais do câncer de mama. No total analisamos exames de sangue de mais de 300 mil mulheres”, explica a pesquisadora. A taxa de acerto da Inteligência Artificial na detecção da doença chega a 70%.
A ferramenta agora será testada por instituições de saúde parceiras, públicas ou privadas. A expectativa é que, em breve, a tecnologia possa ser colocada em prática.
“Estamos iniciando parcerias para teste em ambiente real. Esperamos que esteja disponível no ano que vem!”, celebra Daniella.
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