terça-feira, 30 de abril de 2024

Contato

Rede Monitoramento COVID Esgotos registra elevadas concentrações do novo coronavírus em esgoto de Belo Horizonte

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

O Boletim de Acompanhamento nº 01/2021 da Rede Monitoramento COVID Esgotos, com dados até 13 de maio, semana epidemiológica 19, identificou uma redução da carga viral do novo coronavírus tanto em Belo Horizonte quanto em Brasília na última medição. Apesar da diminuição observada, a carga viral na capital mineira permanece num patamar elevado e, em 11 de maio, chegou a 4,4 trilhões de cópias do novo coronavírus por dia. Este é o menor valor desde 13 de outubro de 2020, quando foram registrados 1,6 trilhão de cópias no esgoto de Belo Horizonte com base no monitoramento realizado em duas estações de tratamento de esgoto (ETEs), que atendem a cerca de 70% da população belo-horizontina.

Figura 1 – Evolução da carga viral no esgoto de Belo Horizonte

Dentre os seis pontos considerados em Belo Horizonte, em dois deles a concentração de novo coronavírus se manteve elevada – acima de 25 mil cópias por litro – na semana epidemiológica 19 (de 9 a 15 de maio) nos interceptores dos córregos Cardoso e Vilarinho. Na semana epidemiológica 18 (2 a 8 de maio), cinco dos seis pontos registraram mais de 25 mil cópias por litro, conforme o Boletim nº 01/2021.

Com um histórico de medições iniciado em abril deste ano, Brasília apresentou uma carga de 7,7 trilhões de cópias do novo coronavírus por dia, em 13 de maio, em oito estações de tratamento de esgotos (ETEs), que atendem a cerca de 80% da população do Distrito Federal. Esta é a menor carga do novo coronavírus observada no esgoto do DF, que chegou a registrar quase 200 trilhões de cópias por dia em 15 de abril. Desde então, os valores vêm caindo a cada semana, mas as cargas virais permanecem elevadas.

Gráfico, Gráfico de linhasDescrição gerada automaticamente

Figura 2 – Evolução da carga viral no esgoto do Distrito Federal

Na semana epidemiológica 19 (9 a 15 de maio), quatro dos oito pontos monitorados no Distrito Federal apresentaram uma carga viral acima de 25 mil cópias do vírus por litro: ETE Gama, ETE Planaltina, ETE Riacho Fundo e ETE Samambaia. Na semana 18 (2 a 8 de maio), essa situação foi observada em sete dos oito pontos, com a exceção da ETE Brasília Sul, que recebe esgotos de mais de 916 mil habitantes e é a maior estação de tratamento de esgotos no DF.

Diferente de Belo Horizonte e Brasília, Curitiba registrou aumento nas cargas virais observadas nas últimas quatro semanas. Em 11 de maio, foram registradas 12,6 trilhões de cópias do novo coronavírus por dia, um patamar ainda elevado. Esse total considera as cargas medidas nas cinco ETEs monitoradas na capital paranaense. Desde o início do histórico de medições, em 2 de março, esse foi o segundo maior valor identificado no esgoto curitibano. Apenas em 27 de abril houve uma carga viral maior: 19,8 trilhões de cópias por dia.

Gráfico, Gráfico de linhasDescrição gerada automaticamente

Figura 3 – Evolução da carga viral no esgoto de Curitiba

Em termos de concentração do novo coronavírus no esgoto de Curitiba, em quatro dos cinco pontos monitorados foi observada uma concentração acima de 25 mil cópias do vírus por litro nas amostras coletadas na semana epidemiológica 19 (9 a 15 de maio): nas ETEs Belém, Padilha Sul, CIC Xisto e Santa Quitéria, que recebem o esgoto de mais de 612 mil pessoas. Somente na ETE Atuba Sul, que recebe esgoto de aproximadamente 52 mil habitantes, a concentração ficou entre 4 mil e 25 mil cópias. Já na semana 18 (2 a 8 de maio), três dos cinco pontos registraram concentração acima de 25 mil cópias – patamar elevado.

Para o Rio de Janeiro, os resultados de cargas virais no esgoto ainda não estão disponíveis e a mensuração se dá com base nas concentrações, em milhares de cópias do novo coronavírus por litro, tanto nas ETEs quanto nas estações elevatórias de esgoto (EEE) monitoradas. Os resultados das últimas semanas têm apontado para uma tendência de aumento nas concentrações do novo coronavírus no esgoto da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conforme pode ser percebido nos gráficos de cada ponto que constam do Boletim nº 01/2021.

Além disso, as concentrações estão elevadas – acima de 25 mil cópias do vírus por litro – em todos os dez pontos monitorados, sendo quatro ETEs na capital fluminense (Alegria, Barra, Penha e Vargem Grande), uma em São Gonçalo (ETE São Gonçalo) e uma em São João de Meriti (ETE Sarapuí). Ainda na capital, nas estações elevatórias Leblon e André Azevedo, assim como nas ETEs Pavuna e ETIG, as concentrações estão em níveis elevados. Esse situação se manteve nas semanas epidemiológicas 18 (2 a 8 de maio) e 19 ( 9 a 15 de maio).

A Rede Monitoramento COVID Esgotos, lançada em webinar realizado em 16 de abril, acompanhará as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID-19 no esgoto, busca fornecer subsídios para auxiliar a tomada de decisões para o enfrentamento da pandemia atual.

O Boletim 01/2021 da Rede se soma aos 34 Boletins de Acompanhamento produzidos no contexto do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, realizado com base em amostras de esgotos em Belo Horizonte e Contagem (MG). As lições aprendidas com o projeto-piloto são a base para os trabalhos da Rede.

Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos

A Rede Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de acompanhar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. A rede busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar na tomada de decisões por parte das autoridades locais de saúde.

Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.

A vigilância do novo coronavírus no esgoto também pode auxiliar nas tomadas de decisão relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também pode fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.

A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.

Encontre uma reportagem

Aprimoramos sua experiência de navegação em nosso site por meio do uso de cookies e outras tecnologias, em conformidade com a Política de Privacidade.