Nos últimos dez anos, o aumento de casos de miopia foi de 35% devido ao uso excessivo de telas, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Além disso, cerca de 70% da população sofre de desconforto visual, incluindo olhos secos e fadiga ocular, resultantes do uso prolongado de dispositivos digitais como computadores, laptops, tablets e celulares.
A pesquisadora Maila Ambrósio, 28, é um exemplo típico. Ela passa a maior parte do dia em frente a telas, tanto no trabalho quanto nos momentos de lazer, e relata sintomas como vermelhidão, secura ocular e dor de cabeça.
A oftalmologista Mariana Amaranto, professora da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), explica que a exposição prolongada às telas reduz o número de piscadas em cerca de 30%, o que contribui para a secura ocular, pois a piscada é essencial para a distribuição do filme lacrimal, que protege os olhos.
Além da secura, o uso prolongado de telas pode causar embaçamento da visão, sensação de corpo estranho, desconforto e coceira ocular. O aumento da miopia é associado à focalização constante em objetos próximos e à redução da exposição à luz solar, fatores que aceleram a progressão do problema, especialmente em crianças que passam muito tempo em ambientes fechados.
Para prevenir esses desconfortos e problemas visuais, a oftalmologista recomenda a regra 30-30: a cada 30 minutos de uso de tela, descanse a visão olhando para o horizonte por 30 segundos. Isso ajuda a relaxar a musculatura ocular e a lubrificar os olhos. O uso de lubrificantes oculares também é indicado para combater a secura, devendo ser aplicado de duas a três vezes ao dia, ou conforme a necessidade individual.
Filtros de luz azul nas lentes são outra medida recomendada para aliviar o desconforto visual, embora ainda não haja estudos conclusivos sobre sua eficácia na prevenção de doenças oculares ou degenerativas.
Manter essas práticas pode ajudar a minimizar os impactos negativos do uso excessivo de dispositivos digitais, proporcionando maior conforto e saúde ocular.
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