Com mais de dois bilhões de usuários, o WhatsApp tornou-se uma ferramenta indispensável no dia a dia, inclusive na rotina das empresas que utilizam o aplicativo para ter uma comunicação dinâmica e efetiva. Segundo o estudo da consultoria Croma Insights, dos 1.400 participantes brasileiros, 60% usam o WhatsApp no trabalho para trocar informações, enviar documentos ou contatar fornecedores e clientes – número três vezes maior que o e-mail (20%).
Embora essa seja uma tendência consolidada, a utilização deste recurso como instrumento de trabalho exige muita atenção e cautela. Principalmente agora, com o início da vigência plena da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que prevê multa de até 2% do faturamento da empresa.
De acordo com o CEO da SVX Corporate, Sylvio Sobreira, uma das principais ameaças que esse tipo de aplicativo pode trazer é em relação à fragilidade da proteção de dados, mesmo com as políticas impostas pelo Facebook. “Mesmo com a criptografia, o aplicativo não tem segurança com os backups, exportação de conversas e arquivos, por exemplo. Em outras palavras, qualquer pessoa que tiver acesso à ferramenta pode publicar ou copiar as informações confidenciais – mesmo de maneira acidental”, esclarece Sylvio.
“As companhias precisam urgentemente se adaptar às novas normativas, em especial aquelas que utilizam ferramentas como WhatsApp e Facebook. É preciso que elas tenham um mapeamento das informações privadas que possuem e criem formas seguras de armazenamentos e controle de quem acessa esses dados. Além disso, o recomendado é que as informações confidenciais, como dados bancários, número de documento, nome dos pais completos sejam deletados assim que visualizados. Na primeira impressão, pode até parecer que a LGPD é complexa, mas ela foi implementada para trazer benefícios e resguardar tanto os clientes quanto a empresa”, diz o CEO da SVX Corporate.
O especialista ainda destaca que a Lei Geral de Proteção de Dados não restringe o envio de promoções, recomendações de produtos ou qualquer outro tipo de propaganda. “Contudo, é imprescindível solicitar previamente a permissão do cliente e deixá-lo ciente que algumas de suas informações pessoais, como hábitos de compra e gostos, serão utilizadas de maneira promocional pela companhia – respeitando todas as normas vigentes e sem trazer riscos ao cliente”, explica Sylvio.
Considerando essa complexidade que envolve a LGPD e o uso de ferramentas como o WhatsApp, é importante que as empresas tenham suporte e orientação especializada.