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Pai e madrasta acusados de matar criança de dois anos em BH encaram júri popular hoje

Por Dentro De Tudo:

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O pai e da madrasta acusados de matar Ian Henrique Almeida Cunhas, de dois anos, em 2023, são julgados no Tribunal do Júri em Belo Horizonte, desde as 8h20 da manhã desta terça-feira (10). O menino foi espancado dentro de casa, no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte, no início do ano passado. Ele chegou a ser internado em 8 de janeiro, com diversos ferimentos pelo corpo, mas não resistiu e morreu dois dias depois.

A madrasta de Ian, Bruna Cristine dos Santos, de 35, é julgada por homicídio qualificado, com agravantes como meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Já o pai da criança, Márcio da Rocha de Souza, de 32 anos, responderá pelos mesmos crimes, com exceção do agravante de dificultar a defesa da criança. Caso condenados, os réus podem pegar penas que variam de 12 a 30 anos de prisão.

O crime

Ian estava em casa sendo cuidado pela madrasta no bairro Jaqueline, região de Venda Nova. Segundo contou a mulher à PM, o menino caiu na cozinha de casa por conta de uma panela que derramou comida no chão e o deixou escorregadio.

Já o pai do garoto, 31, disse que não estava em casa no momento e que se deparou com o filho ferido logo que chegou à residência. Na versão do pai, ele encontrou a criança no sofá de casa já inconsciente.

A criança foi levada ao Hospital Risoleta Neves ainda na madrugada e, de lá, acabou transferida ao João XXIII em função da gravidade dos ferimentos. Ian Henrique dos Santos tinha uma lesão na boca, na cabeça e na testa, além de estar com a mão torta e as pernas enrijecidas.

A equipe médica que atendeu o menino desconfiou das versões apresentadas pela madrasta e pelo pai dele e acionou a Polícia Militar. Os médicos se surpreenderam com a gravidade dos ferimentos do garoto. Ele ainda sofreu duas paradas cardiorrespiratórias.

A versão do pai

Em contato com a PM, o pai conta que saiu para cortar o cabelo na tarde de domingo, deixando o filho com a namorada em casa. Pouco depois, ele teria recebido uma ligação dela, na qual dizia que a criança caiu. Ao chegar em casa, o homem brincou com o filho normalmente. Foi então que, mais tarde, saiu para trabalhar.

Na versão do suspeito, ele recebeu uma mensagem de áudio da companheira por volta de meia-noite, mas não ouviu naquele momento. Já às 3h, voltou para casa e encontrou o filho deitado no sofá, com os pés para fora de “maneira estranha”. Ele teria acordado a mulher, que estava no quarto, e questionou o que havia ocorrido.

À Polícia Militar, o homem explicou que a guarda do menino é da mãe, que normalmente passa somente os finais de semana com ele e que entregaria o filho um dia antes.

O que diz a madrasta?

A mulher, por sua vez, apresentou uma versão diferente. Segundo ela, enquanto fazia almoço por volta das 11h, uma panela caiu e derrubou frango com quiabo pela cozinha. À tarde, ela estaria no quarto e ouviu dois estrondos vindos da cozinha. Ela ignorou o primeiro e, no segundo, a criança chorou e foi até ela. O menino estaria com uma vermelhidão nas costas, um galo na nuca e a cabeça “amassada”.

Na sequência, ela diz ter ligado para o companheiro para informar o ocorrido. O homem chegou e eles saíram sozinhos, deixando as crianças em casa. Ao retornarem, teriam encontrado a vítima dormindo. Mais tarde, a moça diz ter encontrado lesões na boca do garoto e que, inclusive, ele teria vomitado e voltado a dormir após um banho.

A moça conta que o pai do menino a acordou para mostrar que ele estava no sofá, não mais na cama com ela. Ela afirma ter pegado o garoto no colo e levado de volta à cama e que, pouco depois, notaram que ele não se mexia.

Suspeitas da Polícia

A Polícia Civil inicialmente acreditava que as agressões contra Ian haviam sido cometidas por Bruna, madrasta do menino, na residência da família, localizada no bairro Jaqueline, na região Norte de Belo Horizonte. No entanto, as investigações revelaram que os maus-tratos começaram na manhã de 7 de janeiro, após a criança urinar e defecar na cama. Irritado, o pai de Ian teria golpeado a cabeça do filho contra a parede.

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