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Quando pensamos no Natal, vêm à mente árvores decoradas, presentes, ceias fartas e uma atmosfera de união. Mas essa celebração milenar possui tradições inusitadas que variam de uma cultura para outra. Prepare-se para se surpreender!
Krampus: o anti-Papai Noel da Europa Central
Enquanto o Papai Noel recompensa as crianças bem-comportadas com presentes, em países como Áustria, Hungria e Alemanha, o Natal tem um lado sombrio na figura de Krampus. O personagem folclórico de aparência assustadora carrega correntes e sinos, vagando pelas ruas para amedrontar as crianças malcomportadas.
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Kiviak: a ceia de Natal da Groenlândia
Em uma das tradições gastronômicas mais curiosas do mundo, os habitantes da Groenlândia comem kiviak no Natal. A iguaria consiste em aves pequenas, chamadas de auks, fermentadas dentro de uma foca por meses. Ao ser aberto, o kiviak é servido com um aroma forte e característico.
A vassoura escondida da Noruega
Na Noruega, existe uma tradição que remonta à Idade Média: na véspera do Natal, todas as vassouras da casa são escondidas. Acredita-se que espíritos malignos e bruxas possam sair à noite em busca de vassouras para voar. Para evitar visitas indesejadas, as famílias norueguesas guardam suas vassouras.
Mari Lwyd: a caveira de cavalo do País de Gales
No País de Gales, o Natal é marcado por uma visita inusitada: a de Mari Lwyd, figura folclórica que consiste em uma caveira de cavalo decorada com fitas e carregada por alguém sob um lençol branco. Durante a época festiva, Mari Lwyd visita casas e estabelecimentos, onde são realizados duelos de versos rimados entre os moradores e a figura folclórica.
Os 13 “Papais Noeis” da Islândia
Na Islândia, as crianças aguardam a chegada dos “Jólasveinar”: 13 figuras travessas que representam o Papai Noel local. As figuras mitológicas chegam uma de cada vez nos 13 dias que antecedem o Natal. Cada um deles tem sua própria personalidade: pode trazer presentes ou pequenos castigos para as crianças, dependendo de seu comportamento. A lenda é acompanhada pela temível figura de Gryla, mãe dos Jólasveinar, ogra que pune as crianças desobedientes.
A teia de aranha de Natal da Ucrânia
Na Ucrânia, as árvores de Natal são decoradas com enfeites que imitam teias de aranha. Segundo a lenda, uma família pobre não tinha como decorar sua árvore, mas, na manhã de Natal, seus integrantes encontraram a árvore coberta de teias, que, ao serem tocadas pelos raios de sol, transformaram-se em ouro e prata. Até hoje, as teias de aranha simbolizam prosperidade e boa sorte para o ano que se inicia.
Essas tradições de Natal mostram como a data vai muito além das decorações brilhantes e do espírito de consumismo moderno. Ao explorar as raízes históricas e culturais do Natal, percebemos a riqueza e a diversidade da celebração. O verdadeiro encanto do Natal reside em sua capacidade de nos conectar com simbolismos que atravessam o tempo e nos convidam a celebrar o que há de mais mágico no mundo: a diversidade humana e o poder das histórias compartilhadas.
Carla Bolla é restauratrice do La Tambouille, em São Paulo.
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Coluna publicada na edição 126 da revista, disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes.
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