A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o caso da falsa enfermeira que, em março do ano passado, enganou empresários de Belo Horizonte em venda de vacinas contra a covid-19. Cláudia Mônica Torres fingiu ter posse de imunizantes e aplicou outra substância nas vítimas, possivelmente soro fisiológico, segundo as investigações.
A falsa enfermeira e outras pessoas envolvidas no esquema, incluindo parentes dela, foram indiciadas por estelionato e associação criminosa. Cláudia também foi acusada de falsificação de documentos, por ter assumido a identidade de enfermeira.
O inquérito já está em poder da Justiça mineira. Procurada pela Agência Brasil, a defesa de Cláudia não se manifestou.
Investigações
O caso veio à tona com a divulgação de vídeos gravados pela vizinha de uma garagem da empresa de transportes Saritur, no bairro Alto dos Caiçaras, na região noroeste da capital mineira. As imagens mostram a falsa enfermeira atendendo pessoas que saíam de uma fila de carros.
A PF apurou que as doses falsas foram negociadas por R$ 600. Na época, a campanha de imunização contra a covid-19 estava se iniciando no país, e apenas idosos e profissionais da área de saúde estavam sendo vacinados.
No curso das investigações, frascos com soro foram recolhidos na residência de Cláudia. Também foram apreendidos no local cartões de vacinação, seringas, agulhas e luvas. “Conforme apurado, a principal investigada, em momento nenhum, teve acesso à vacina de covid-19 de qualquer marca”, reitera a PF.
Entre os empresários que demandaram as doses estão os donos da Saritur, que chegaram a ser investigados no inquérito por supostamente furarem a fila da vacinação contra a covid-19. Contudo, como se comprovou que os imunizantes eram falsos, os empresários passaram a ser tratados como vítimas de estelionato.