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Hemominas faz apelo contra a baixa de tipos-chave de sangue, como O-

Por Dentro De Tudo:

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A empresária Laila Quintão tem 29 anos e foi diagnosticada recentemente um câncer no sistema linfático, a principal defesa do nosso organismo para expulsar as impurezas que nos cercam. Internada em Belo Horizonte, ela é uma das milhares de pessoas em Minas Gerais que precisam de doação de sangue para se manter viva. A jovem depende de transfusões a cada 72 horas e vê com preocupação a baixa do estoque da Fundação Hemominas: quatro dos oito tipos sanguíneos apresentam escassez crítica diante da falta de doadores. 

“Por conta do diagnóstico, a gente tem uma série de alterações, e uma delas é a anemia. Com essa anemia e pela baixa de plaquetas, eu preciso de transfusões recorrentes, seja de plaquetas ou de hemácias”, diz a empresária. Ela está internada no Instituto Orizonti, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul de BH, desde 17 de janeiro. Para doar a ela, basta comparecer ao Vita Hemoterapia (rua Juiz de Fora, 941, Barro Preto) e informar o nome de Laila Quintão.

O caso da empresária é um em meio ao grande número de pessoas que precisa de doação de sangue no Estado. Neste ano, a baixa dos estoques, que geralmente é elevada no início do ano em função das viagens, está ainda maior por conta da pandemia. Quem trabalha no setor garante que o volume caiu bastante após o início da crise sanitária e do isolamento social forçado.

“A situação está bem crítica. Estamos com estoque em nível crítico, principalmente dos tipos sanguíneos O + e O -. O primeiro está aproximadamente 64% abaixo do ideal, e o segundo, 54%. É um quadro que nos preocupa muito, porque são os tipos mais utilizados. O negativo é nosso doador universal”, diz Viviane Guerra, assessora de Captação e Cadastro da Fundação Hemominas. Os tipos A – e B – também estão em baixa.

A Hemominas descarta desabastecimento, mas pede a colaboração da população para evitar riscos. Com o intuito de incentivar a doação e diante do avanço da vacinação, a fundação flexibilizou algumas medidas sanitárias. Quem teve Covid-19 com sintomas precisa aguardar dez dias após melhora da doença. Sem sintomas, são dez dias após o teste positivo. Antes, o prazo era de um mês.

Já quem teve contato com pessoas com Covid-19, mas não testou positivo, deve aguardar sete dias, segundo a Hemominas. Quem teve sintomas respiratórios associados a febre, sem testagem para Covid-19, deve esperar 14 dias para doar. Para quem está na mesma situação, mas sem febre, o prazo é de dez dias.

Os profissionais da saúde que estão em uso contínuo e correto dos equipamentos de proteção individual também poderão doar sangue, destaca Viviane Guerra. 

Os critérios tradicionais permanecem. A idade para doação continua entre 16 e 69 anos. Os que têm 16 e 17 anos e os maiores de 60 anos devem consultar condições especiais. O intervalo mínimo entre uma doação e outra para homens é de 60 dias, com limite de quatro contribuições por ano. Para mulheres, o tempo sobe para 90 dias, três vezes ao ano.

Solidários ainda são 62,5% do ideal ao dia

A reportagem de O TEMPO esteve na Fundação Hemominas para verificar como estava a doação de sangue. O volume de pessoas está em 62,5% do esperado. O ideal é que 1.200 pessoas doem sangue por dia. No mês passado, a média foi de 750 doações/dia, menor que a média histórica – 955 em 2019, antes da pandemia; 846 em 2020; e 867 em 2021. Mas há quem tire o dia para prestar solidariedade a quem precisa. 

É o caso de Deborah Machado Leopoldino, 27. “Costumo doar todo ano, no mínimo duas vezes. Sempre tem alguém precisando. Hoje, estou colaborando com o primo de um colega meu. A dor da picadinha sempre tem, mas é tranquilo”, diz a policial militar, que tem o tipo sanguíneo O +. 

O analista de sistemas Marcus Vinícius Bento, 36, tirou o horário do almoço para contribuir para um conhecido doente. “Eu tenho o costume de doar. É um ato que a gente tem que trazer para nossa vida. Quem pode precisa doar. É um amigo de mestrado que está com um problema de saúde. O agendamento é tranquilo”. 

A Hemominas tem 22 unidades de doação de sangue no Estado e sete postos avançados, criados em parceria com prefeituras do interior. Ao contrário das estações coletoras, que funcionam de segunda a sábado, esses postos operam no máximo duas vezes por semana. De acordo com a Hemominas, há tratativas para abertura de novos locais de coleta no Estado. Um já avançado é em Varginha, na região Sul.

Morador de Ponte Nova, na Zona da Mata, Washington Leandro Fagundes, 20, é um dos que doam com frequência no interior. “Costumo vir em grupo. Já doei em Ponte Nova e também em BH. Acho importante ajudar o próximo. Me sinto realizado”, diz o jovem autônomo.

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