Contar a história da ferrovia, que faz parte do patrimônio local, é o objetivo da iniciativa
Para preservar a memória ferroviária, que faz parte do patrimônio material e imaterial de diversos municípios, e também criar espaços para que as novas gerações conheçam a história da ferrovia, a VLI – administradora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) –, em parceria com a AIC – Agência de Iniciativas Cidadãs e a administração municipal de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, inaugura na próxima terça-feira (8), às 9h, o Estação de Memórias de Pedro Leopoldo, cidade que está no Corredor Leste da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A exposição, que terá visitação gratuita, está instalada na Praça da Estação, Centro de Pedro Leopoldo.
O Programa Estação de Memórias registra e difunde as memórias das pessoas sobre o passado, a partir de um processo de cocriação com as comunidades. Encontros e entrevistas identificam casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o vai e vem dos trens. Esse conteúdo é transformado em espaços expositivos, montados na estação.
A gerente-geral de Sustentabilidade e Comunicação da VLI, Danny Marchesi, destaca que preservar as histórias para a presente e futuras gerações integra o compromisso da companhia de deixar legado e compartilhar valor com a sociedade. “A preservação do patrimônio histórico e da memória ferroviária é um dos pilares da estratégia de atuação social da VLI. As ferrovias foram essenciais para o desenvolvimento econômico e social de muitas cidades brasileiras, moldando suas identidades, como é o caso de Pedro Leopoldo. A companhia se orgulha por fazer parte da história deste município e promover a celebração e a preservação dessas memórias”, frisa.
História
O Estação de Memórias de Pedro Leopoldo é um espaço expositivo dedicado à memória ferroviária do município de Pedro Leopoldo. O objetivo é contar as histórias que rodeiam a ferrovia desde a inauguração da estação, em 1895. A relevância do território para a história geológica do Brasil, as celebrações culturais, o trabalho dos ferroviários e a vida cultural no entorno da estação são alguns dos temas abordados.
Para contar todas essas memórias ferroviárias, a expografia é composta por uma linha do tempo, jogo da memória, personagens inspirados em figuras locais, entrevistas em vídeo, objetos cenográficos, entre outros elementos. Ela narra a história geológica da região, a ocupação do território nos períodos pré-colonial e colonial, a chegada dos trilhos e a importância da estação para a vida cultural da cidade até os dias atuais.
Algumas particularidades da história ferroviária local ganham destaque, como os objetos, documentos e equipamentos utilizados no trabalho dos ferroviários, as memórias de quem conviveu com os trens, a movimentação no entorno da estação, entre outros aspectos. A expografia em Pedro Leopoldo, construída de forma colaborativa, incluiu a identificação de cerca de 100 fotografias, além de 13 objetos e documentos históricos. Ao todo, foram realizadas 15 entrevistas em áudio e três oficinas colaborativas, que contaram com a participação de 30 voluntários.
Segundo a coordenadora-geral do projeto pela AIC, Gislaine Gonçalves, a chegada da ferrovia, em 1895, transformou a então povoação conhecida como “Parada da Cachoeira” em uma cidade de grande relevância econômica, social, política e cultural. “Integrada à Estrada de Ferro Central do Brasil, tornou-se um ponto estratégico de parada para viajantes de diversas regiões, impulsionando o comércio e enriquecendo a cultura local. Tamanha foi a influência da ferrovia que a cidade passou a se chamar Pedro Leopoldo, em homenagem ao engenheiro responsável pelo seu projeto”, frisa.
A iniciativa faz parte do programa homônimo da VLI, realizado pela AIC – Agência de Iniciativas Cidadãs, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo.
Balanço
O Programa Estação de Memórias recebeu, nos últimos anos, mais de R$ 14 milhões para a preservação da memória ferroviária. Em 2024, a companhia investiu mais de R$ 2,4 milhões no resgate da memória ferroviária, com um conjunto de ações de fortalecimento dos acervos de estações ferroviárias de importância histórica e de promoção da cultura das comunidades. O investimento é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Em 2022, o programa chegou a Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e a Cachoeira, na Bahia. Já no ano seguinte, foram inauguradas as estações em Carmo do Cajuru e Divinópolis, no Centro-Oeste Mineiro; Uberaba, Campos Altos, Araguari, no Triângulo Mineiro; Três Rios, no Rio de Janeiro.
O projeto em Pedro Leopoldo foi pré-lançado em 2024, ano em que houve as inaugurações em Mateus Leme, Formiga, Contagem, São João del-Rei e Tiradentes, em Minas Gerais. Neste ano o programa também está previsto para ser inaugurado em Santa Luzia, na RMBH; Itaúna, no Centro-Oeste Mineiro; Aguaí, em São Paulo; e Alagoinhas, na Bahia.
