Um caso de envenenamento que já vinha chocando a cidade de Ribeirão Preto (SP) ganhou um novo desdobramento após a principal suspeita, uma mulher de 69 anos, apontar a própria filha como responsável pelo crime. A acusação foi feita por meio de uma carta escrita pela suspeita de dentro do presídio, onde está presa preventivamente.
A investigação apura a morte de duas mulheres da mesma família, ocorridas com intervalo de pouco mais de um mês. A primeira vítima, uma servidora pública, morreu no dia 9 de fevereiro, após apresentar sintomas que inicialmente foram atribuídos a causas naturais. No entanto, laudos toxicológicos confirmaram a presença de substância tóxica no corpo da mulher.
A segunda vítima, uma professora de pilates, morreu no final de março, após cerca de 15 dias de sintomas progressivos. A investigação revelou que ela foi envenenada com doses diárias e pequenas da mesma substância encontrada no corpo da primeira vítima.
O caso ganhou destaque pela relação entre as vítimas e os suspeitos. A primeira mulher morta era filha da investigada e a segunda era sua nora, casada com o filho da suspeita. A Polícia Civil aponta que os crimes teriam sido premeditados e executados com crueldade.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o filho da suspeita teria arquitetado o assassinato da esposa, enquanto a mãe foi responsável pela administração das substâncias tóxicas por meio de alimentos e medicamentos. Em dois episódios, a vítima chegou a ser medicada com substâncias supostamente fornecidas pela sogra, sob orientação do marido.
A carta escrita pela suspeita tenta atribuir o envenenamento à filha, alegando que ela teria manipulado cápsulas com o veneno usado nos crimes. A mulher ainda afirma que a filha teria comprado o produto para uso doméstico e o teria deixado na casa da mãe.
As investigações agora também envolvem a morte da filha da suspeita, inicialmente tratada como natural. A Polícia de Ponta (SP), onde ocorreu o óbito, deverá reavaliar o caso à luz dos novos elementos revelados.
A promotoria afirma que as mortes foram resultado de um plano, motivado por questões pessoais e patrimoniais. As vítimas teriam sido mortas de forma silenciosa e gradual, o que dificultou a detecção imediata do crime.
A Justiça aceitou a denúncia contra os dois investigados por homicídio triplamente qualificado, e o processo corre em sigilo. As autoridades seguem ouvindo testemunhas e aguardam a conclusão de laudos complementares.
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Fonte: G1