A infiltração de grupos criminosos no processo eleitoral, especialmente nas eleições municipais, tem gerado preocupações em todo o país. No início de setembro, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) alterou 53 locais de votação em dez municípios, afetando 171 mil eleitores, como medida para evitar coação por parte do crime organizado.
Especialistas apontam que o crime organizado, sobretudo em áreas como Rio de Janeiro e Baixada Fluminense, utiliza violência, ameaças e manipulação para influenciar o resultado das eleições. Além da coação direta aos eleitores, esses grupos também impedem a campanha de adversários e, em casos extremos, recorrem à eliminação violenta de opositores. Desde 2015, 60 assassinatos relacionados à política local foram registrados na Baixada Fluminense.
Embora a maioria dessas ações ocorra durante a campanha, a violência no dia da eleição também preocupa, com relatos de milicianos se posicionando em seções eleitorais. A mudança de locais de votação visa garantir maior segurança, embora não elimine totalmente o risco.
Além da participação de grupos criminosos, o acirramento de tensões ideológicas e o aumento da violência política, amplificados pelas redes sociais, também representam desafios para a segurança do processo eleitoral no Brasil.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.