quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Atenção às doenças mais comuns no período de chuvas

Por Dentro De Tudo:

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Com a chegada do período de chuvas mais intensas em diversas regiões do país, aumentam os casos de enchentes em diversas cidades. Além dos transtornos mais comuns, como perda de bens e dificuldade de locomoção, há ainda a preocupação com a saúde, já que muitas doenças podem ser transmitidas em alagamentos.

“Em cheias, a água da chuva se mistura com a água do esgoto, que está contaminada com urina e fezes infectadas por vírus e bactérias causadoras de doenças, como a hepatite A e leptospirose”, explica Juan Carlos Boado, diretor Técnico do Hospital Bom Pastor, localizado em Guajará-Mirim, Rondônia. 

“O acúmulo de água também favorece a proliferação do aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e até febre amarela”, complementa o especialista.

Pertencente à Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas de gestão hospitalar do país, o Hospital Bom Pastor realiza consultas, exames, cirurgias, partos e internações, com estrutura pensada especialmente para a população indígena em uma localidade remota do Brasil. 

Confira mais detalhes sobre algumas doenças: 

Dengue: O perigo das enchentes se encontra nas poças que permanecem no local e acúmulo de água em lixo e outros objetos. Durante o verão, esses locais se tornam criadouro para o mosquito transmissor da dengue, que geralmente provoca inflamação nos vasos sanguíneos, causando febre, dor nas articulações, dor muscular, falta de apetite, enjoo, vômito e manchas vermelhas no corpo.  “Dores intensas na barriga, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos na região do abdômen, coração ou pulmão, sangramento, pressão baixa e aumento do fígado podem indicar dengue hemorrágica. Nesse caso, é indispensável recorrer ao atendimento médico”, diz o doutor.

Hepatite A: Trata-se de uma doença causada por vírus, que tem acesso ao organismo por meio da ingestão de líquidos e alimentos contaminados pela água de enchente. Por isso, é importante descartar qualquer alimento que entrou em contato com a água, mesmo os embalados. É necessário ter atenção também à caixa d’água e outros reservatórios da residência. “Tomar banho com a água contaminada também propicia a disseminação de hepatite A, já que a água encosta na boca e mucosas do corpo, infectando o indivíduo”, alerta Dr. Juan. Não existe um tratamento específico para o vírus, mas há vacinas disponíveis para crianças menores de cinco anos, e pessoas com doença no fígado.

Leptospirose: Conhecida como doença do rato, é transmitida pela urina de roedores infectados que se espalha na enchente. Ao entrar em contato com a água contaminada, a bactéria Leptospira consegue invadir a pele, causando a doença – feridas aumentam as chances de contaminação. Casos críticos da leptospirose causam icterícia (pele e olhos amarelados), hemorragias, insuficiência renal, hepática e respiratória. “Geralmente, os sintomas são parecidos com os de outras doenças, como a gripe e a dengue. Por isso, ao buscar ajuda médica, é importante avisar que você entrou em contato com a água da enchente”, enfatiza Juan.

Medidas de proteção

Também existem outras doenças relacionadas à contaminação da água, como diarreia bacteriana, febre tifoide, micose e até mesmo tétano. Para manter a proteção à saúde nessas ocasiões, o Hospital Bom Pastor lista algumas dicas, confira:

• Beba água potável. Para garantir que a água é segura, ferva-a por ao menos um minuto, ou adicione duas gotas de água sanitária para cada litro de água;

• Evite o contato direto com a água de enchentes. Caso isso não seja possível, é importante permanecer o menor tempo na água ou na lama;

• Jogue fora todo alimento ou medicamento que entrou em contato com a água da enchente;

• Limpe os ambientes atingidos pelo alagamento, mantendo os membros superiores e inferiores protegidos com sacolas, ou botas e luvas;

• Mantenha a vacinação em dia. Doenças como diarreia por rotavírus, influenza, meningite, rubéola e tétano podem ser evitadas pela vacinação;

• Os utensílios domésticos podem ser higienizados com desinfetante, água sanitária e água (os de madeira, como taboas, devem ser descartados);

• Pisos, paredes e móveis podem ser limpos primeiramente com uma solução de água e sabão, e posteriormente com água e água sanitária.

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