quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Belo Horizonte lidera ranking de capitais com mais mulheres diagnosticadas com depressão

Por Dentro De Tudo:

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Um levantamento reconhecido pelo Ministério da Saúde aponta que Belo Horizonte lidera o ranking de capitais com mais mulheres diagnosticadas com depressão. Segundo a pesquisa da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), 23,3% do público feminino entrevistado na capital mineira relatou ter depressão em 2021.

Logo atrás de Belo Horizonte aparecem Campo Grande (MS) e Curitiba (PR), com 21,3% e 20,9%, respectivamente. Os menores números foram encontrados em Belém (PA), com 8%, São Luís (MA), com 9,6% e Macapá (AP), com 10,9%.

O levantamento aponta ainda que Belo Horizonte é a segunda capital do país com mais casos de depressão entre adultos no ano passado, com 17,15% de diagnósticos confirmados. O primeiro lugar ficou com Porto Alegre (RS), onde 17,49% dos entrevistados relataram o diagnóstico da condição.

Dupla jornada de trabalho

Para Adriane Pedrosa, psicóloga da Cetus Oncologia, o público feminino lida constantemente com sobrecarga de tarefas: mães, donas de casa e, com a pandemia, trabalhadoras em tempo integral.

“Houve uma sobrecarga de tarefas gigantesca, já que existiu a necessidade de ficar somente em casa devido ao isolamento. Em especial para a mulher, há pouco espaço para o lazer, olhar para si e cuidar de si. E isso traz dificuldades no aspecto emocional e psicológico. Situações que já eram conflitantes acabam à flor da pele”, explica.

A necessidade de controlar tudo a todo o tempo causa ansiedade e gera um ciclo vicioso. Quando percebe que não dá conta, a mulher consegue enfim notar as próprias fragilidades e acaba frustrada quando não tem sucesso na realização de alguma tarefa.

Pandemia piora cenário

Não somente para as mulheres, o cenário da depressão se tornou “catastrófico” durante a pandemia, segundo Adriane. O mundo ficou ameaçador de maneira palpável, uma vez que o receio de se contaminar com o vírus emergiu subitamente.

“Eu percebo é que a visão de mundo se tornou mais ameaçadora. Até a questão da própria pandemia trouxe essa sensação na pele, mostrou de uma forma mais real que o mundo é ameaçador. As pessoas não se sentem mais confortáveis no mundo. Esse é o medo que a pandemia trouxe”.

Os principais sintomas incluem querer se isolar, falta de apetite e de sono, irritabilidade no convívio com as pessoas, fadiga e desânimo. Além disso, quem experimenta choro e angústia com frequência deve ficar atento aos sinais.

Segundo a psicóloga, mais pessoas têm pedido ajuda para melhorar desde que a pandemia estourou. “Os psicólogos se tornaram mais procurados no período, já que a saúde mental ficou em evidência. As pessoas começaram a entender que a saúde mental não diz respeito somente a problemas psicóticos, mas também o bem-estar emocional para lidar com situações do dia a dia”, finaliza.

Onde pedir ajuda?

Adriane salienta que procurar dormir bem, praticar atividades de lazer, investir em esportes e olhar mais para si próprio são caminhos eficazes para reduzir as tensões cotidianas. Mais importante, no entanto, é procurar ajuda psicológica ou psiquiátrica com profissionais especializados.

Dados do IBGE apontam que a prevalência da depressão entre maiores de 18 anos saltou de 7,6% da população em 2013 para 10,2% em 2019. Isso representa um aumento de 34,2% em seis anos.

Ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV), que auxilia na prevenção do suicídio, passaram a ser gratuitas em todo o país. Um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde, assinado em 2017, permitiu o acesso gratuito ao serviço, prestado pelo telefone 188.

Por meio do número, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que correm risco de cometer suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. Antes, o serviço era cobrado e prestado por meio do 141.

A ligação gratuita para o CVV começou a ser implantada em Santa Maria (RS), há quatro anos, após o incêndio na boate Kiss, que matou 242 jovens. O centro existe há 55 anos e tem mais de 2 mil voluntários atuando na prevenção ao suicídio. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat.

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