O número de financiamentos para imóveis usados pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) atingiu níveis históricos em 2024, gerando alerta no setor da construção civil. Enquanto a modalidade amplia as opções para os compradores, representantes da indústria defendem regras que priorizem a aquisição de imóveis novos, como forma de manter a atividade do setor e gerar empregos.
Dados do Ministério das Cidades apontam que, dos 583 mil contratos firmados no ano passado, 155,1 mil foram para imóveis usados — o equivalente a 27% do total, o maior percentual já registrado desde a criação do programa. Imóveis novos somaram 427,9 mil unidades financiadas.
Desde 2023, é possível utilizar os recursos do FGTS para adquirir imóveis usados com juros subsidiados pelo MCMV. A ampliação do acesso levou o governo federal a estabelecer, em agosto de 2024, uma série de ajustes na Faixa 3 do programa, como a redução no valor máximo do imóvel usado — de R$ 350 mil para R$ 270 mil — e o aumento da entrada exigida.
As mudanças visam conter o avanço dos contratos de usados e direcionar recursos para a construção de novas unidades, que geram empregos diretos e fortalecem o próprio fundo. Ainda assim, novas flexibilizações em 2025 reacenderam o interesse pela modalidade.
Com a criação da Faixa 4, o MCMV passou a atender famílias com renda de até R$ 12 mil mensais, com possibilidade de aquisição de imóveis usados e novos. Além disso, houve redução da entrada mínima exigida para imóveis usados na Faixa 3 — de 50% para 35% nas regiões Sul e Sudeste e de 30% para 20% no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Especialistas avaliam que, mesmo com as limitações, o programa permanece atrativo em meio ao cenário de crédito mais caro, com juros de mercado acima de 12% ao ano. O MCMV oferece taxas entre 4% e 10%, a depender da faixa de renda e da região.
O setor da construção civil, embora ainda preocupado com o avanço dos contratos para imóveis usados, vê com otimismo a consolidação da nova faixa e acredita que o mercado deve se manter aquecido ao longo de 2025, especialmente nas regiões com maior demanda habitacional.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Fonte: g1 – 03/07/2025
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