O consumo de alimentos ultraprocessados pode afetar a saúde sexual masculina de forma alarmante, além de contribuir para o ganho de peso. Essa é a conclusão de um estudo conduzido pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca, publicado em agosto na revista científica Cell Metabolism.
Os pesquisadores identificaram que esse tipo de alimentação pode reduzir a qualidade do esperma e prejudicar a produção de hormônios essenciais para o metabolismo masculino.
“Ficamos chocados com a quantidade de funções corporais prejudicadas por alimentos ultraprocessados, mesmo em homens jovens e saudáveis”, afirmou o biólogo molecular Romain Barrès, um dos autores do artigo.
Como foi feito o estudo
Foram analisados 43 homens cisgêneros, de 20 a 35 anos, que seguiram duas dietas distintas ao longo de três meses. Uma delas continha 77% de calorias provenientes de ultraprocessados, enquanto a outra tinha 66% de calorias de alimentos não processados.
Os resultados mostraram que os participantes que seguiram a dieta rica em ultraprocessados ganharam quase um quilo de gordura corporal e apresentaram aumento de uma substância química relacionada a plásticos, capaz de interferir na produção hormonal. Houve também redução nos níveis de testosterona e do hormônio folículo-estimulante (FSH), fundamental para a criação de espermatozoides.
O que são alimentos ultraprocessados
Os alimentos são divididos em quatro categorias:
- In natura: frutas, vegetais, carnes.
- Ingredientes culinários: açúcar, sal, óleos.
- Processados: queijos, pães.
- Ultraprocessados: industrializados com aditivos artificiais, como refrigerantes, salgadinhos e embutidos.
Esses últimos estão associados a problemas como obesidade, câncer, doenças metabólicas e até declínio cognitivo.
Alertas dos cientistas
Para a cientista nutricional Jessica Preston, autora principal do estudo, os riscos não estão necessariamente relacionados à quantidade ingerida, mas sim à natureza dos alimentos:
“Nossos resultados comprovam que alimentos ultraprocessados prejudicam a saúde reprodutiva e metabólica, mesmo que não sejam consumidos em excesso”.
A crescente presença desses produtos no mercado está ligada ao baixo custo para as indústrias e à maior durabilidade dos alimentos, o que favorece sua popularização. No entanto, os resultados reforçam a importância de adotar dietas mais equilibradas e naturais.
Barrès conclui com um alerta:
“As implicações a longo prazo são alarmantes e destacam a necessidade de revisar as diretrizes nutricionais para melhor proteção contra doenças crônicas”.
Fonte: Metrópoles
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