Em uma sociedade ainda marcada por tabus e repressões históricas, muitas pessoas convivem com desejos sexuais não realizados, seja por medo do julgamento, insegurança ou ausência de diálogo com o parceiro. A equipe do jornal O Tempo foi às ruas de Belo Horizonte para ouvir homens e mulheres de diferentes idades sobre suas fantasias e as razões que os impedem de realizá-las. As respostas foram diversas, mas todas revelam um ponto comum: a dificuldade de viver plenamente a própria sexualidade.
Enquanto alguns expressaram fantasias ousadas, como sexo em grupo ou uso de brinquedos eróticos, outros revelaram limitações ligadas à idade, experiências passadas ou inseguranças. Para especialistas, esse bloqueio tem raízes em uma educação sexual repressora, sustentada por ideais religiosos e padrões morais históricos que associam prazer ao pecado.
A sexóloga e psiquiatra Fernanda Araújo destaca que, durante séculos, comportamentos naturais foram tratados como perversões. Já a terapeuta sexual Renata Dietze reforça a importância da autoescuta e do diálogo sincero como primeiros passos para desconstruir esses padrões. “Falar sobre fantasias exige respeito mútuo e abertura, sem imposições ou pressões”, afirma.
Para quem deseja explorar novas formas de prazer, especialistas recomendam práticas baseadas em segurança, sanidade e consentimento, como o método SSC. Também indicam o autoerotismo como forma de autoconhecimento e liberdade corporal. Brinquedos sexuais e técnicas como a massagem tântrica podem ser aliados, desde que usados com moderação, sem substituir o vínculo emocional entre os parceiros.
O desejo, explicam as profissionais, é mutável e único para cada indivíduo. Por isso, não há espaço para comparações ou fórmulas prontas. Respeitar os próprios limites e os do outro é essencial para uma sexualidade saudável, segura e verdadeira.
Foto: Unsplash/Divulgação
Fonte: O Tempo
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