Especialistas em ciência política e direito eleitoral destacam a importância de estabelecer um diálogo com o eleitorado evangélico, considerado crucial para ampliar a base de votos nas eleições municipais deste ano.
Em Belo Horizonte, onde dez pré-candidatos já se apresentam, nove deles estão atentos às demandas dos evangélicos, que representam 37,5% dos eleitores na capital, segundo pesquisa DATATEMPO. Essa aproximação é vista como essencial, uma vez que os evangélicos têm uma forte presença urbana e influência de seus líderes religiosos sobre o voto.
A cientista política Marta Mendes, da UFJF, reforça que qualquer candidato em grandes cidades precisa ter uma estratégia para esse grupo. Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva, ressalta que os evangélicos são uma parcela crescente e que ignorá-los pode ser um erro fatal para os candidatos.
Daniela Linhares, da Igreja Batista Getsêmani, confirma que lideranças religiosas têm promovido debates sobre consciência política, enfatizando que candidatos precisam entender e atender às demandas sociais da comunidade evangélica para obter seu apoio.
Desiree Salgado, da UFPR, lembra que, apesar da importância desse diálogo, é fundamental preservar a laicidade do Estado, garantindo que políticas públicas não sejam influenciadas por crenças religiosas.
Os eleitores evangélicos cobram compromisso com valores morais e causas sociais. Além de defenderem valores familiares, eles buscam candidatos comprometidos com políticas sociais que beneficiem suas comunidades.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado esforços para se aproximar desse eleitorado, embora ainda enfrente resistência devido às pautas progressistas do PT. A presença crescente de pré-candidatos em templos religiosos, tanto evangélicos quanto católicos, reflete a importância desse diálogo nas eleições.
Fonte: O Tempo.
