O dono de uma relojoaria que se comoveu com a história de uma criança que engraxava sapatos para presentear o pai, no mês de agosto, acabou sendo notificado pelo Ministério Público por supostamente fazer apologia do trabalho infantil. O empresário havia presenteado o garoto com um relógio. Para não ser processado, o dono da relojoaria assinou um termo de ajuste de conduta do Ministério Público do Trabalho.
O caso aconteceu no Estado de Goiás, quando o menino entrou na relojoaria e relatou que tinha demorado para conseguir a quantia — cerca de 30 reais – para comprar o presente para o pai. O empresário devolveu ao pequeno garoto a quantia em dinheiro e disse a ele algumas palavras de incentivo moral. “Continue trabalhando, que Deus tem projeto na sua vida, que Deus vai te fazer um grande homem e que o trabalho dignifica” — disse Paulo ao pequeno Mario.
As imagens viralizaram nas redes sociais, gerando uma onda de solidariedade para a criança. O dono da relojoaria, por outro lado, foi amplamente elogiado pelo seu generoso gesto.
A divulgação do caso mudou a vida da criança, que recebeu inúmeras doações, como eletrodomésticos e alimentos, assim como ajuda para os seus estudos.
COMERCIANTE NO MP
Segundo o Jornal da Record, o comerciante foi proibido — entre outras coisas — de dar entrevistas falando sobre o assunto.
O Procurador responsável pelo TAC explicou, em entrevista ao Jornal da Record, que o empresário errou ao falar que criança pode trabalhar. “É uma criança em situação em situação de trabalho de rua. A gente apenas fez um acordo para o futuro para que as futuras intervenções foquem no lado de priorizar a formação da criança”.
