sábado, 27 de abril de 2024

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Estes dois sintomas estão associados a um maior risco de morte por covid-19

Por Dentro De Tudo:

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A baixa saturação de oxigénio no sangue e a frequência respiratória acima do normal, dois sintomas da Covid-19 que podem ser controlados em casa, estão associados a uma maior mortalidade da doença viral, avança o ‘ABC’.

A conclusão é de um estudo, que contou com a participação de 1.095 pacientes internados com coronavírus, que descobriu que esses dois sintomas ​​predizem claramente um aumento do risco de mortalidade. Os resultados foram publicados na revista “Influenza and Other Respiratory Virus”.

“Inicialmente, a maioria dos pacientes com Covid-19 não tem falta de ar. Contudo, podem ter uma saturação de oxigénio bastante baixa e ser assintomáticos”, começa por explicar a cardiologista Nona Sotoodehnia, co-autora principal do estudo, citada pelo jornal.

A responsável adianta que “se os pacientes seguirem as diretrizes atuais, podem não sentir falta de ar até o oxigénio no sangue estar muito baixo, o que significa que estamos a perder a oportunidade de intervir precocemente com um tratamento que salva vidas”.

Os pesquisadores analisaram os casos de 1.095 pacientes maiores de 18 anos, que foram admitidos com Covid-19 nos hospitais da UW Medicine em Seattle ou no Rush University Medical Center em Chicago, ambos nos Estados Unidos, no período compreendido entre 1 de março e 8 de junho de 2020.

Embora esses pacientes apresentassem frequentemente hipoxemia (baixa saturação de oxigénio) ou taquipneia (respiração rápida e superficial), poucos disseram sentir falta de ar ou tosse, aponta a pesquisa.

A principal medida do estudo foi a mortalidade hospitalar por todas as causas: ao todo, 197 pacientes morreram no hospital. Em comparação com aqueles admitidos com níveis normais de oxigénio no sangue, os pacientes hipoxémicos tiveram um risco de mortalidade 1,8 a 4,0 vezes maior.

Da mesma forma, em comparação com pessoas hospitalizadas com uma frequência respiratória normal, aqueles com taquipneia tiveram um risco de mortalidade aumentado de 1,9 a 3,2 vezes. Em contraste, outros sinais clínicos na admissão, como temperatura, frequência cardíaca e pressão arterial, não foram associados à mortalidade.

Quase todos os pacientes com hipoxemia e taquipneia necessitaram de oxigénio suplementar, que, quando combinado com glicocorticóides redutores da inflamação, pode tratar efetivamente os casos agudos de Covid-19.

“Oferecemos oxigénio suplementar aos pacientes para manter a saturação de oxigénio no sangue de 92% a 96%. É importante observar que apenas os pacientes que recebem oxigênio suplementar se beneficiam dos efeitos dos glicocorticóides que salvam vidas”, explica Sotoodehnia.

A especialista acrescenta ainda que “em média, os nossos pacientes hipoxémicos tinham uma saturação de oxigénio de 91% quando entraram no hospital, ou seja, um grande número deles já estava bem abaixo do limite para podermos salvar as suas vidas”.

“Recomendamos que o ECDC e a Organização Mundial da Saúde considerem repensar as suas diretrizes para ter em conta essa população de pessoas assintomáticas que realmente precisam de hospitalização e cuidados”, disse Neal Chatterjee, médico da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, co-líder autor do artigo.

Os especialistas recomendam ainda que aqueles com teste positivo para Covid-19, em particular pessoas de grupos de risco, obtenham um oxímetro de pulso para verificar em casa se o oxigénio no sangue cai abaixo de 92%. “Uma medida ainda mais simples é medir quantas respirações faz por minuto. Se chegar às 23, deve entrar em contato com o seu médico”, orientam.

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