Crianças que jogam videogame podem ter benefícios cognitivos com essa atividade quando passam pelo menos três horas nela. A conclusão é de um estudo conduzido no departamento de psiquiatria da Universidade de Vermont, nos EUA.
O levantamento analisou exames de ressonância magnética de 1.957 crianças, entre 9 e 10 anos, enquanto executavam tarefas relacionadas a agilidade e memória para avaliar inteligência, memória, atenção, habilidades de pensamento e desenvolvimento cerebral. Para as que jogam, a pontuação foi significativamente mais alta em habilidades de memória, atenção visual e capacidade de responder rapidamente a eventos.
Os exames revelaram que as principais regiões do cérebro associadas ao pensamento são mais ativas em crianças que jogam videogame. Além disso, as áreas cerebrais associadas a tarefas cognitivas difíceis e responsáveis pelo aprendizado de novas habilidades também ficaram bem iluminadas.
Segundo os pesquisadores, os pequenos jogadores não são mais propensos a ter transtorno obsessivo-compulsivo, depressão ou agressividade. Essa é uma preocupação frequente de responsáveis, que temem o desenvolvimento de danos à saúde mental e ao comportamento.
Bader Chaarani, principal autor do estudo, aponta que “existe a possibilidade de os videogames poderem oferecer uma experiência de treinamento cognitivo com efeitos neurocognitivos mensuráveis”. Segundo ele, isso permite delinear planos de aprendizagem de fato efetivos.
Os pesquisadores ressaltam que as descobertas não devem levar ao uso indiscriminado de computadores, videogames e outros eletrônicos. A pesquisa não dividiu os resultados por tipo de jogo (ação, aventura, resolução de quebra-cabeças, esportes ou de tiro) e isso pode ter efeitos diferentes no desenvolvimento neurocognitivo.
Não é possível saber se o melhor desempenho cognitivo leva os pequenos a jogarem mais ou é resultado da atividade. “Embora não se possa dizer se jogar videogames regularmente causa desempenho neurocognitivo superior, a descoberta é encorajadora. Devemos continuar a acompanhar essas crianças à medida que passam para a adolescência e a idade adulta jovem”, pondera Chaarani.
Fonte: Itatiaia.