Aceitar o preço inicial de venda ou aluguel de um imóvel pode não ser a estratégia mais econômica. Um levantamento da plataforma Quinto Andar, com base em 150 mil contratos, revelou que mais da metade dos imóveis à venda e cerca de um terço dos aluguéis são anunciados acima do valor ideal, sendo a maioria dos negócios fechados abaixo desses valores.
Para negociar com sucesso, é essencial conhecer bem o mercado e ter uma base de comparação. Flávia Vieira, vice-presidente das administradoras de imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), orienta que os interessados verifiquem o preço de imóveis similares na mesma localização. Um corretor confiável pode detalhar a margem de negociação possível com o proprietário.
No mercado mineiro, é comum encontrar imóveis anunciados acima do valor ideal já considerando um possível desconto. “O mercado mineiro tem tradição de desconto, então os anúncios saem com preços mais altos”, explica Vieira.
A pesquisa do Quinto Andar revelou que 54% dos imóveis à venda e 37% dos aluguéis são anunciados acima do recomendado pela plataforma. No entanto, apenas três em cada dez imóveis para venda e dois em dez para locação são negociados por esse valor inicial. Quanto mais tempo os anúncios permanecem no ar, mais vezes o preço é ajustado.
O limite da negociação depende da disposição do proprietário. Em casos de urgência, ele pode estar mais disposto a negociar. Apontar defeitos do imóvel que justifiquem um desconto pode ser uma estratégia eficaz. “O dono e o corretor terão que provar ao comprador que o defeito já está considerado no preço”, diz Vieira.
Pedro Capetti, especialista em dados do Quinto Andar, observa que muitos proprietários sobreprecificam imóveis na tentativa de obter vantagem na negociação. No entanto, essa estratégia pode afastar potenciais inquilinos e resultar em ganhos menores, uma vez que imóveis parados acumulam custos de IPTU e condomínio.
O “preço ideal” sugerido pelo Quinto Andar é baseado em informações como metragem e localização, processadas por tecnologias de inteligência artificial. O levantamento avaliou cerca de 150 mil contratos fechados e anúncios na plataforma de janeiro de 2023 a abril de 2024.
Fonte: O Tempo. Foto: PhotoMIX Company/Pexels/Reprodução