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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

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Menos da metade dos homicídios são resolvidos pela polícia em Minas Gerais

Por Dentro De Tudo:

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Quatro em cada dez homicídios registrados em Minas Gerais em 2022 foram elucidados pela Polícia Civil. A informação é do Relatório Estatístico de Mortes Violentas Intencionais elaborado pela instituição com base em boletins de ocorrência e inquéritos. 

No ano passado, foram instaurados 2.688 inquéritos. Desse total, 1.187foram esclarecidos. A taxa de elucidação, metodologia criada pela Polícia Civil, é de 44%

O estado de Minas Gerais é dividido em 19 regiões de segurança e, em algumas delas, esse índice foi ainda menor. É o caso de Contagem, na Região Metropolitana, que teve taxa de elucidação de 23,66%. Nesta faixa estão incluídas as cidades de Betim, Brumadinho, Esmeraldas, Ribeirão das Neves e São Joaquim de Bicas. 

Na região de segurança de Vespasiano, que engloba as delegacias de Sabará, Santa Luzia, Lagoa Santa e Jaboticatubas, também na Grande BH, a taxa de elucidação é de 28,80%.

Em Belo Horizonte, a Polícia Civil conseguiu esclarecer três a cada dez homicídios registrados No ano passado. Segundo a instituição, o índice foi de 32,06%

Por que é importante concluir o inquérito?

Segundo Marcelo Peixoto de Melo, advogado e professor de Direito Penal da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, a conclusão de um inquérito policial é fundamental. 

“A partir do momento que não é elucidado há um sentimento de falta de justiça. E ele é muito grande porque a gente está diante de uma situação em que não se conclui eventual autoria e eventual materialidade do inquérito. Todavia, é muito importante dizer que às vezes esse motivo pelo qual não se conclui está atribuído também a uma falta de estrutura do estado, que é algo que tem um peso muito significativo”, afirmou.

Explicações

Segundo o sindicato que representa os servidores da Polícia Civil, uma das explicações para a não conclusão de inquéritos pode ser a falta de investigadores. 

Atualmente, a instituição tem 6.126 desses profissionais. O ideal seria o dobro do efetivo para desempenhar a função. 

“Temos hoje pouco mais de dois mil escrivães em Minas Gerais. Quanto ao investigador, você pega essa quantidade de crimes que tem no nosso estado. São 853 cidades para seis mil servidores. Não dá conta”, disse Wemerson Oliveira, Presidente do Sindpol.

A Polícia Civil afirma que as delegacias que fazem a investigação de crimes contra a vida têm estrutura e efetivo suficiente para as investigações. E que, em alguns casos, o silêncio de testemunhas e a falta de registros dificultam o trabalho dos agentes. 

“O empenho nosso é constante. A nossa vontade é, de imediato, já ter essa resposta. Mas o crime de homicídio tem uma complexidade. Tem uma dinâmica que envolve diversos fatores, e a motivação geralmente está ligada ao tráfico de drogas, onde impera a lei do silêncio”, explicou o delegado Adriano Mattos Soares, chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida de Belo Horizonte.

Fonte: Globo Minas.

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