Minas Gerais possui 78 batalhões e pelotões do Corpo de Bombeiros para atender a 853 municípios, uma média de uma unidade a cada onze cidades. A situação se repete na Região Metropolitana: são dez sedes para atender 34 cidades.
Enquanto isso, as chamas ganham força com o vento e o tempo seco e consomem áreas extensas do estado, que mais registrou focos de incêndio em mata no país, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No acumulado de setembro, são 2.732 focos registrados. Só nas 24 horas entre quarta-feira (15) e quinta-feira (16), foram identificados 302 focos.
Um deles está na Serra da Farofa, que é consumida pelo fogo há mais de uma semana. A serra fica em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde não tem unidade do Corpo de Bombeiros.
As chamas já se alastraram e chegaram a Brumadinho, próximo ao Museu do Inhotim. A cidade também não tem batalhão ou pelotão do Corpo de Bombeiros. Uma equipe de 17 brigadistas do museu se uniu aos militares para controlar o incêndio na quinta-feira (16).
Nesta sexta, havia uma aeronave, três caminhões-pipa, quatro veículos. Vinte e seis brigadistas atuaram na região. Os bombeiros que atuavam na área precisaram ser redistribuídos para outros chamados da região metropolitana.
Outro incêndio em área onde não há Corpo de Bombeiros consome vegetação em Rio Acima. Duas equipes de militares e 16 voluntários ajudam no combate às chamas, que ocorrem em local de difícil acesso.
Para o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Tenente Pedro Aihara, as emergências poderiam ser menos frequentes se houvesse colaboração da população.
“Não utilizem o fogo para limpeza de áreas verdes, não utilizem o fogo para fazer eliminação de lixo, que são práticas proibidas e também a gente monitorar no nosso bairro, na nossa localidade. Essa deve ser uma luta de todos”, disse.