Termina nesta sexta-feira (26) a trégua entre os motoristas de ônibus e as empresas de transporte rodoviário que atuam em Belo Horizonte. Conforme as negociações avançarem ao longo do dia, a greve no transporte público pode chegar ao fim ou ser retomada a partir de segunda-feira (29). A segunda hipótese é a mais provável, segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários de BH (STTR-BH), Paulo Campos Silva.
A categoria, que não recebe nenhum aumento há dois anos e reivindica o reajuste salarial (INPC + as perdas dos últimos anos), retorno do ticket nas férias, pagamento do abono 2019/2020 e o fim da limitação do passe livre. Até esta quinta-feira, o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belo Horizonte (Setra-BH) não havia dado nenhuma indicação de que atenderia os pedidos.
“O Setra está intimado a indicar uma proposta que, pelo menos, venha a atender o que a categoria pede. Só que até agora não tivemos nenhuma resposta e o prazo deles está chegando ao fim. Os motoristas seguem em ‘stand by’, mas caso nossas reivindicações continuem não sendo atendidas, a greve será retomada na segunda-feira”, garante o presidente do STTR-BH.
Paulo ainda rebateu as acusações de ‘locaute’, que partiram da Câmara Municipal, e afirmou que o movimento é legítimo.
“Esse é um movimento legal dos trabalhadores. Foi uma greve que foi comunicada previamente às autoridades, realizada após um mês e meio de negociações frustradas e que pede única e exclusivamente o que nós merecemos. Qualquer insinuação sobre locaute ou participação das empresas é desonestidade. O vereador que afirmou isso deveria abrir mão do alto salário que ganha e tentar ficar um dia à frente de um ônibus, ganhando mal e sendo agredido, para entender o nosso lado”, acusa.
O representante dos motoristas de ônibus ainda acusou a BHTrans e a prefeitura de se omitirem diante da situação. “Eles (PBH e BHTrans) estão tirando a culpa deles da reta e jogando pra categoria. Querem multar o sindicato em R$ 50 mil falando que a greve não atendeu o mínimo, mas a verdade é que essa frota que está aí nunca atendeu 100% do que estava previsto. É mais um hipocrisia por parte do prefeito e da BHTrans”, acusa.
O Setra foi procurado pela reportagem, mas até o momento, não se manifestou.
