Mulher que teve nome divulgado em lista de pessoas que vivem com HIV relata indignação: ‘Desrespeito e desamparo’

Por Dentro De Tudo:

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A divulgação dos nomes de cidadãos que vivem com HIV em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, gerou grande indignação na comunidade local. Mais de 600 nomes foram expostos em uma lista publicada no Diário Oficial do Município, que também incluía pacientes com fibromialgia e anemia falciforme que tiveram o benefício do passe livre suspenso. A publicação ocorreu na edição de sábado, dia 20, e foi rapidamente retirada do ar pela prefeitura, que alegou uma falha no sistema.

Em entrevista ao g1, uma mulher que preferiu permanecer anônima relatou que estava em uma confraternização familiar quando soube da situação. Um amigo lhe enviou a reportagem e, em seguida, ela contatou seu advogado para verificar se seu nome estava na lista. Ela expressou sua indignação, afirmando que a situação foi um misto de desrespeito e desamparo, ressaltando a importância do sigilo para aqueles que convivem com o HIV. “A gente já luta diariamente para poder vencer o estigma, o preconceito e a falta de informação que as pessoas têm”, disse.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) emitiu uma nota informando que a divulgação dos nomes foi um erro e lamentou a falha, reafirmando o compromisso da prefeitura com a privacidade e dignidade dos cidadãos. Na segunda-feira, dia 22, a prefeitura anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o vazamento dos dados.

A mulher destacou que muitas pessoas cujos nomes foram expostos não revelaram seu diagnóstico nem mesmo para a família, o que torna a situação ainda mais grave. “É uma violência que consumiu meu domingo. Algumas pessoas jamais terão reparação. Para mim, é uma questão de reparação moral”, enfatizou.

A suspensão do passe livre foi determinada em cumprimento a uma decisão judicial que revogou uma tutela provisória de urgência anteriormente concedida. Os beneficiários devem devolver seus cartões em até cinco dias úteis e apresentar defesa escrita ou documentos à Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, sob pena de suspensão ou cancelamento definitivo do benefício. A mulher pretende recorrer judicialmente, afirmando que a anulação do benefício e a divulgação dos nomes foram um desrespeito sem precedentes. “Queremos reunir o máximo de pessoas da lista para uma ação conjunta, não só pela questão financeira, mas pela dignidade de todos”, finalizou.

Crédito da foto: Reprodução/Redes Sociais
Fonte: g1

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