Uma pesquisa desenvolvida por uma nutricionista da UFMG aponta que, nos últimos anos, o brasileiro tem abandonado aos poucos o hábito de comer feijão regularmente. De acordo com o estudo, essa diminuição no consumo da leguminosa pode ser associada ao ganho de peso e às chances do desenvolvimento de obesidade.
A tese “Tendência temporal no consumo alimentar tradicional de feijão no país e sua relação com o estado nutricional da população adulta brasileira” foi defendida pesquisadora Fernanda Serra Granado, por meio do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG.
O estudo usou informações do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que acompanhou mais de 500 mil adultos entre os anos de 2009 e 2019.
Frequência de consumo
A frequência de consumo semanal de feijão entre as pessoas foi fragmentada em quatro indicadores: não-consumo (0 dias por semana), baixo consumo (1 a 2 dias por semana), consumo moderado (3 a 4 dias por semana) e consumo regular (5 a 7 dias por semana).
Os resultados mostram que o grupo que não consumiu feijão teve 10% mais chances de desenvolver excesso de peso e 20% mais chances de desenvolver obesidade.
Por outro lado, o consumo regular do produto, em 5 ou mais dias da semana, apresentou fator de proteção no desenvolvimento de excesso de peso (14%) e obesidade (15%).
A análise da nutricionista ainda aponta que o consumo regular de feijão é o mais indicado para um bom estado nutricional.
Menos feijão no prato
Outra linha da pesquisa aponta que, entre 2007 e 2017, o consumo do feijão ao longo 2007 a 2017 no Brasil caiu. Segundo a nutricionista, previsão é que, em 2025 o brasileiro deixe de comer feijão de forma regular e tradicional.
Ou seja, o hábito considerado não-regular (1 a 4 dias na semana) será o mais prevalente na população do país.
Ao analisar os dados por sexo, a pesquisadora constatou que, desde 2022, as mulheres já compõem majoritariamente o grupo de consumo não-regular. Para os homens, a estimativa de alteração é no ano de 2029.
Com Faculdade de Medicina da UFMG
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