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‘O que vou comer amanhã?’: a luta contra a fome se estende ao Natal no Brasil

Por Dentro De Tudo:

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O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2021”, elaborado por várias agências das Nações Unidas, aponta dados alarmantes: quase 50 milhões dos 213 milhões de brasileiros, inclusive crianças, “deixaram de comer por falta de dinheiro ou tiveram uma redução significativa na qualidade e quantidade de alimentos ingeridos” entre 2018 e 2020 – um aumento de 5,2% em comparação com o período anterior analisado, entre 2014 e 2016.

Desempregada há seis anos, Rita contava apenas com o auxílio de R$ 100,00 do agora extinto Bolsa Família para passar o mês.

Os recursos escassos dificultam que ela siga a dieta que precisa para controlar a diabetes. “Precisava de uma alimentação saudável, mas com o que ganho, não dá”, lamenta.

Rita, uma mulher negra e com problemas de locomoção provocados pela doença, mora sozinha em uma casa pequena de tijolos no alto do Morro do Garibaldi, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. 

Viúva há três anos e com um filho falecido há cinco, tem outra filha de 38, duas netas de 22 e 24, um bisneto e a família está prestes a aumentar: ela relata, empolgada, que a neta mais velha está grávida de gêmeos.

Para se sustentar, depende quase exclusivamente das doações da ONG “Amac”, uma das entidades assistidas pela campanha Natal sem Fome, da organização Ação da Cidadania. 

É Jeferson Ribeiro, um dos fundadores da Amac, quem busca a cesta básica e leva até a casa de Rita. Ela o recebe com um abraço apertado e, entre muitos agradecimentos, suspira, aliviada.

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