Parados há mais de um ano, de cada 10 motoristas que fazem o transporte escolar em Minas Gerais, 5 não voltarão ao trabalho quando as aulas presenciais forem totalmente retomadas no Estado.
A informação é do Sintesc, o Sindicato dos Transportadores de Escolares da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A entidade afirma que, apesar da volta gradativa das aulas em alguns municípios, não há demanda para o serviço.
Há vários meses sem a principal fonte de venda, parte dos motoristas vendeu as vans, enquanto outros tiveram que buscar novas atividades no mercado de trabalho.
Porém, as dificuldades provocadas pela pandemia e, também, a faixa etária da maioria dos motoristas, em média entre 45 e 50 anos, se tornaram agravantes. Quem conseguiu uma nova colocação no mercado de trabalho está ganhando menos, como explica o presidente do Sintesc, Carlos Educado Campos.
“Muitos perderam as vans para os bancos e tiveram a infelicidade de acordar com um oficial de Justiça na porta, outros venderam para sobreviver e pagar as despesas pessoais, mas também tem gente que buscou outras alternativas e até se consolidou. Porém, é importante lembrar que, mesmo aqueles que buscaram trabalho alternativo, passaram a receber renda que não é suficiente para sustentar a família e manter o financiamento das vans”, diz ele.
Para auxiliar os motoristas, o sindicato tem buscado parcerias com as prefeituras. Em Conselheiro Lafaiete, na região Central, por exemplo, desde março o município conta com 42 vans fazendo o serviço de transporte público. A iniciativa entrou em vigor após a empresa concessionária do serviço de transporte coletivo deixar de atender a cidade.
Em outros municípios, os motoristas estão realizando entregas para as prefeituras e atuando em serviços terceirizados.