Com as restrições da pandemia da Covid-19, o número médio de viagens realizadas por dia na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por diferentes modais, caiu 28% em maio de 2021, em comparação com novembro de 2019, de 17,4 milhões para 12,4 milhões.
Os números estão na pesquisa Matriz Origem-Destino de Pessoas por Dados de Telefonia 2019 e 2021, divulgada na última semana pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) em parceria com a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência RMBH).
Um destaque é Confins, onde está localizado o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Na cidade, a quantidade média de viagens feitas diariamente diminuiu 53% em maio deste ano, em comparação com novembro de 2019.
Em ambos os períodos, a maior concentração de deslocamentos ficou na faixa das pessoas de 18 a 29 e 30 a 39 anos de idade. Quando considerada a renda, as viagens são mais concentradas no público que recebe de um a dois e dois a três salários mínimos.
Belo Horizonte está em oito das 10 principais rotas de viagens intermunicipais realizadas na Região Metropolitana, nos dois meses analisados. Os trechos com mais deslocamentos são entre a capital e Contagem e BH e Ribeirão das Neves.
Dentro de Belo Horizonte, a pesquisa mostra concentração de viagens no centro em direção à Região Norte da cidade, por meio dos corredores das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos e do metrô.
“Todas as decisões referentes ao transporte público e ao sistema viário utilizam essa pesquisa, como dimensionamento da operação do metrô, reestruturação do sistema de transporte de ônibus e projetos de infraestrutura viável”, explica o diretor de Planejamento Metropolitano e responsável pela Matriz, Charliston Moreira.
Segundo ele, os resultados vão embasar também propostas do plano de mobilidade da Região Metropolitana, que deve ser concluído em 2022.
“Ele vai ter diretrizes e propostas de mudanças do sistema de transporte. Mudança de linhas de ônibus, ampliação do metrô, além de mudanças no sistema viário. Se for aprovado na Assembleia Legislativa, vai virar lei e ter que ser cumprido pelos governos posteriores”, explica Moreira.
As pesquisas de Matriz Origem-Destino são realizadas a cada década desde 1972, a partir de pesquisas de campo. Neste ano, a metodologia foi diferente: as informações foram coletadas por meio de dados de telefonia, o que tornou o processo mais barato.
Em 2012, ano dá última pesquisa, o custo foi de aproximadamente R$ 7 milhões. Já os levantamentos de 2019 e 2021 custaram pouco mais de R$ 400 mil. Segundo Moreira, a economia deve permitir a realização de estudos anuais.