Os sete-lagoanos voltaram a sentir um tremor de terra no início da madrugada desta quarta-feira, 28 de dezembro. Por volta das 00h42, horário de Brasília, um barulho semelhante a um trovão seguido de tremor foi sentido em vários bairros da cidade. Os dois principais centros sismológicos do país, o da Universidade de Brasília (UnB) e o da Universidade de São Paulo (Usp), registraram o fenômeno, com 2.8 e 2.9 graus na escala Richter, respectivamente.
A região não registrava esse fenômeno desde o último dia 24 de novembro, quando os centros sismológicos registraram um tremor de magnitude 2.2. O fenômeno, que não ocorria na cidade desde 2017, voltou com maior frequência este ano. De acordo com dados da UnB, foram registrados 53 tremores em 20 cidades mineiras, 12 deles em Sete Lagoas, com intensidade variando entre 1.9 e 3.0. Já a Usp identificou 81 abalos em 21 municípios de Minas Gerais, sendo 20 deles em Sete Lagoas, com tremores variando entre 1.5 e 2.9.
Para ambos os centros sismológicos, o município mineiro campeão em tremores é Divinópolis, com 17 ocorrências segundo a UnB, e 36 casos de acordo com a Usp, todas entre janeiro e fevereiro desse ano. Sete Lagoas fica na segunda posição. Somente em 2022 também foram identificados pela UnB tremores nas cidades mineiras de Baldim, Capim Branco, Carmo do Cajuru, Conceição do Mato Dentro, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Fronteira, Frutal, Joanésia, Montes Claros, Nova Lima, Pompéu, Prudente de Morais, Santo Hipólito, São Gonçalo do Pará, Tiros e Uberlândia. A Usp também relatou o fenômeno em Funilândia, Ibirité, Ibituruna, Matozinhos, Mesquita, Morada Nova de Minas, Pedro Leopoldo, Pescador, Poços de Caldas, Presidente Juscelino e Senador Cortês. Em todo o país, foram 125 tremores registrados pela UnB e 166 pela Usp.
Segundo o professor George Sand, pesquisador do Centro Sismológico da UnB que chegou à Sete Lagoas na noite desta terça-feira, 27, antes do último evento, para coletar informações dos sismógrafos instalados na cidade, possivelmente trata-se de um fenômeno natural. “Não tem influência externa. Um tremor dessa magnitude teria que ser uma explosão muito grande para causar esse tremor que afete a população. Agora precisamos analisar o local exato em que esses fenômenos ocorrem e identificar possíveis danos”, afirma. “As falhas geológicas estão sob pressão o tempo todo e Sete Lagoas tem regiões de falhas que às vezes se deslocam, provocando os tremores, mas são magnitudes baixas (abaixo de 3.0 na escala Richter)”, lembra o pesquisador.
Defesa Civil
O coordenador da Defesa Civil Municipal, comandante Sérgio Andrade, reforça que, em caso de notar rachaduras ou trincas na residência após um tremor, o cidadão deve acionar imediatamente a Defesa Civil pelo 153. “Estamos atuantes desde o primeiro abalo registrado esse ano e monitorando constantemente as regiões onde os abalos são registrados. Até o momento não tivemos nenhum registro oficial ou chamado de danos materiais ou humanos”, esclarece. Com os dados coletados nos sismógrafos hoje a UnB deve apresentar o relatório preliminar dos tremores em Sete Lagoas na segunda quinzena de janeiro.
Dados sobre abalos sísmicos na região podem ser consultados em:
https://moho.iag.usp.br/eq/latest
http://obsis.unb.br/portalsis/