quinta-feira, 9 de maio de 2024

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Piscinas, saunas e ar-condicionado aumentam riscos de conjuntivite? Entenda

Por Dentro De Tudo:

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O período de forte calor, com recorde de temperatura, como ocorrido durante a semana, alerta para os riscos de conjuntivite, uma doença altamente contagiosa, principalmente nos primeiros dias de sintoma. Isso porque ambientes como piscinas, saunas e o próprio local de trabalho, com o ar-condicionado ligado sem interrupção, facilitam a proliferação do vírus. Embora seja uma doença comum e de fácil tratamento, a conjuntivite gera incômodo e grande irritação nos olhos. Somente neste ano, Belo Horizonte teve dois surtos da doença, o que pode aumentar, devido a chegada do verão. 

“Os hábitos das pessoas mudam durante esse período, elas se encontram mais e a chance de transmissão é maior. É um período de festas, encontros e tudo isso favorece a contaminação”, explica o oftalmologista Fábio Kanadani, médico cooperado da Unimed-BH. Além da possibilidade de contaminação devido ao grande número de pessoas no mesmo espaço, outro fator que pode aumentar a incidência da doença durante o período de temperatura é a fragilidade dos olhos devido à forte radiação solar. “Isso pode deixar o olho mais vulnerável a doença. O momento que vivemos, de forte calor e tempo seco, irrita muito os olhos, podendo danificar as superfícies e deixando eles mais expostos”, acrescenta o médico. 

Essa é uma doença que costuma iniciar somente em um dos olhos. No entanto, com o passar dos dias, o outro olho também é contaminado por estarem muitos próximos. A doença causa vermelhidão, sintoma provocado pela inflamação que atinge a membrana transparente que reveste a parte branca das vistas. “Essa inflamação da membrana é a conjuntivite. Ela pode ser química, bacteriana e também por vírus, que é a mais comum”, explica o oftalmologista Fábio Kanadani. 

A conjuntivite infecciosa, seja ela viral ou bacteriana, é transmitida por meio do contato da secreção de um olho infectado e um saudável. O tratamento, neste caso, é específico e deve seguir a orientação de um médico especialista. Já a conjuntivite alérgica ocorre quando os olhos entram em contato com alguma substância que possa irritá-los, como pó, mofo, pelo de animal, entre outros. Embora os olhos fiquem inflamados, ela não é transmissível.  

“As pessoas precisam ter a consciência de que os olhos demandam um cuidado especial. Por isso não dá para usar o colírio que o vizinho usou, isso pode aumentar a temperatura nos olhos, por exemplo, e causar prejuízo. Cada pessoa tem um tratamento específico”, alerta o oftalmologista. Kanadi pontua que embora seja mais fácil tratar a doença do que o vírus, alguns cuidados podem evitar novos casos. “A higiene é fundamental. É importante evitar levar as mãos aos olhos, mantê-las limpas, não compartilhar objetos. Todos estão sujeitos à doença, principalmente as crianças”, orienta. 

Cuidados esses que foram adotados pela analista comercial Flávia Alcântara, de 38 anos. Ela e o filho, de 8 anos, foram diagnosticados com conjuntivite. “O meu filho teve os sintomas no dia 15 de setembro. Os meus começaram no último sábado (23)”, conta. Os casos de mãe e filho ocorreram em setembro. “Eu acredito que ela tenha pegado na escola ou nas aulas de jiu-jitsu, que é onde ele tem contato com o maior número de pessoas. Depois dele, eu tive a doença”, acrescenta a analista comercial. 

O diagnóstico da doença mudou a rotina da família. Durante uma semana, o garoto de 8 anos, ficou isolado para evitar a transmissão do vírus. “O tratamento foi com colírio e soro. Enquanto ele estava com os olhos vermelhos, com secreção, deixamos ele mais distante”, relata a mãe. Embora tenha adotado esse cuidado, ela também foi contaminada. No entanto, como é gestante, a orientação médica foi de não fazer o uso de colírio. “Tenho cuidado apenas com soro, então a minha recuperação está mais lenta. Tenho sentido muitas dores na região dos olhos, mas estou melhor em relação aos primeiros dias”, acrescentou. 

A Prefeitura de Belo Horizonte afirma que acompanha os casos. Embora não tenha um levantamento sobre o número de pessoas diagnosticadas com a doença, há um acompanhamento em relação aos surtos – que ocorrem quando há várias notificações de conjuntivite em um mesmo local. “Quando se percebe um aumento na procura pelos serviços de saúde, os profissionais informam a ocorrência de surto, que pode ser caracterizado por dois ou mais casos relacionados”, explica.  

Em 2023, a capital mineira registrou dois surtos da doença. Eles ocorreram em julho e em agosto. A média é inferior à do ano passado, quando ocorreram cinco surtos. Conforme a prefeitura, eles foram registrados em março, setembro, dois em outubro, e em novembro. “Diante dos sintomas, a população deve procurar os centros de saúde, que podem dar diagnóstico e orientações quanto ao tratamento e controle. Os casos de maior gravidade estão sendo encaminhados para serviços de referência, com atendimento de urgência”, orienta.    

Formas de prevenção   

  • Lavar as mãos com frequência ou utilizar o álcool gel a 70%; 
  • Evitar colocar as mãos nos olhos e coçá-los; 
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal como maquiagem, toalhas, óculos, travesseiros, fronhas, copos, lenços, lápis; 
  • Evitar banhos de piscina; 
  • Evitar locais com aglomerações de pessoas; 
  • Cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar com toalha/lenço de papel, descartá-los em seguida e lavar as mãos. 

Fonte: O Tempo.

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