A Polícia Militar (PM) recapturou, em São Paulo, um subtenente, de 49 anos, que havia fugido do 39º Batalhão, onde estava preso em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O policial serrou a grade da cela e pulou o muro. A fuga foi descoberta na segunda-feira (13), e foi a segunda em dois dias envolvendo militares.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela corporação, a equipe policial do batalhão, localizado no bairro Industrial, deu falta do preso por volta das 15h, horário do banho de sol dos acautelados.
O subtenente Mário Jorge Ferreira não estava no local, e na cama dele foram localizados travesseiros sob um cobertor e foi percebido que a grade de proteção da janela da cela estava danificada.
A informação da fuga foi repassada no batalhão e foram colhidas as versões dos policiais que estavam trabalhando no turno dos fatos e trabalharam no domingo (12). Segundo a polícia, no domingo, o homem recebeu a visita da noiva e de uma filha. Em contato com as duas mulheres, elas contaram que no encontro do fim de semana souberam pelo policial da intenção de fuga.
Na madrugada desta segunda, a noiva recebeu uma ligação do subtenente dizendo que já estava fora do batalhão e combinou um local de encontro, a casa de um primo dele, para que fossem repassados ao militar R$ 2 mil em dinheiro e algumas peças de roupa.
A mulher chegou a dizer que o noivo poderia ter se escondido na Serra do Cipó. Já a filha do subtenente também contou que fez contato com ele dentro da casa do familiar.
Fuga para São Paulo
O primo do militar contou que o subtenente chegou ao imóvel dele após contar que conseguiu serrar a grade da cela, pular um muro, passar por um depósito de construção e ter acesso à rua.
A fuga estava prevista para o dia 22 de dezembro, mas foi adiantada após Ferreira tomar conhecimento que, depois da fuga de um acautelado no 34º Batalhão, em Belo Horizonte, seriam realizadas revistas nas celas.
O subtenente teria seguido para a cidade de Holambra, em São Paulo, onde pediu abrigo a um homem por cerca de dez dias. Ele ainda não foi localizado.
Ainda conforme a polícia, sete militares receberam voz de prisão em flagrante delito pelo cometimento, em tese, de um crime previsto no código penal militar.
No registro policial consta que, na versão de alguns militares ouvidos, câmeras de segurança e alarme sonoro do batalhão apresentavam defeitos e os equipamentos estavam inoperantes não sabendo precisar há quanto tempo.
Em relação à noiva, à filha e ao primo do subtenente, um outro boletim de ocorrência foi registrado e encaminhado à Polícia Civil.
Em nota, a Polícia Civil disse que os “envolvidos foram ouvidos pela autoridade policial e assinaram Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime previsto no Artigo 351 do Código Penal (Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva)”.
A polícia falou ainda que o procedimento foi encaminhado à Justiça “para as providências cabíveis”.
Fonte: Globo Minas.