Um galpão utilizado por uma organização criminosa para realizar a venda em atacado e varejo de milhares de peças de roupas, bonés, calçados e bolsas falsificadas de marcas famosas foi interditado nesta quinta-feira (26), em Contagem. Ao todo foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão no galpão, em lojas que davam apoio à estrutura de falsificação e em escritórios.
Dois homens que seriam os donos do negócio ainda estão sendo procurados e a informação obtida pelos investigadores é de que eles estariam fora de Minas Gerais. Um deles se intitulava o “Brás de Belo Horizonte”, em referência à região paulistana famosa por venda de roupas.
O número de peças apreendidas é tão alto que a Polícia Civil acredita que será necessária a utilização de mais de uma carreta para o transporte. O material ainda será contabilizado.
O delegado da 3ª Delegacia de Fraudes da Polícia Civil de Minas Gerais, Marlon Pacheco, explicou que as investigações tiveram início após uma denúncia de representantes da marca de roupas Patogê, empresa que também estaria entre as vítimas de falsificação.
“Todas as peças tinham indícios de falsificação e não tinham comprovação de origem. As investigações indicam que o volume de comercialização era bastante expressivo. Para além da marca especifica em foram apreendidos todos os produtos que ali estavam, nós temos diversas outras marcas que foram encontradas e com o indicativo de que também não se tratavam de produtos originais”, pontuou.
Dentro do galpão a polícia não encontrou as notas fiscais de entrada dos produtos, o que pode ser um indicativo de que os materiais são falsificados. Outro detalhe é que as roupas eram vendidas a preços muito abaixo do mercado, a valores que podem superar os 50% de desconto.
“É uma quantidade expressiva, a ponto de que o galpão precisou ser lacrado, dado a impossibilidade de remover todos os produtos. Os materiais encheriam, provavelmente, mais de uma carreta. Isso de produtos apreendidos em apenas uma das lojas. Vale ressaltar que foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão”, afirmou o delegado.
Além das lojas físicas, as vendas das peças também eram feitas por meio de redes sociais. Após a apreensão, a Polícia Civil solicitou à Justiça a quebra de sigilo bancário dos envolvidos para saber quanto eles movimentavam no mercado. O pedido ainda está em análise. Apesar disso, os investigadores já sabem que um dos donos se intitulava com um dos maiores vendedores de roupas de Belo Horizonte.
“Nas investigações, vimos que o principal investigado se autodenominava o ‘Brás de Belo Horizonte’, se referindo a uma região do Estado de São Paulo que é famosa na comercialização de vestuário”, ressaltou.
Prejuízo
A advogada e representante da marca de roupas Patogê afirma que o prejuízo financeiro só poderá ser contabilizado após a contagem do total de roupas apreendidas, as o prejuízo para a imagem da empresa já é grande.
“É um prejuízo tanto para a empresa quanto para os lojistas. As pessoas que procuram a marca Patogê procuram um produto de qualidade. Nesse caso, elas acabam comprando um produto falsificado por um preço mais barato, mas levam para casa um produto de ínfima qualidade. Eles ficam insatisfeitas com o produto adquirido e reclama com a marca original”, disse advogada.
Foi com base no recebimento de diversas reclamações que a marca de roupas denunciou o que estava ocorrendo para a Polícia Civil.
“Além da representação feita aqui, nós vamos agira no âmbito cível para buscar indenização pelos danos causados à marca”, explicou a advogada.
Fonte: O Tempo.