A Covid-19, embora tenha recuado devido ao sucesso das vacinas, deixou um legado de apreensão sobre a próxima grande pandemia. Hoje, as doenças infecciosas mais preocupantes para as autoridades de saúde pública incluem a malária, o HIV e a tuberculose, que juntas matam cerca de 2 milhões de pessoas anualmente.
A atenção, no entanto, se volta também para o subtipo H5N1 da gripe aviária, que tem causado grande alarme em 2024. O H5N1, originário de aves, recentemente infectou também outros animais como cavalos e gado leiteiro. Este vírus, apesar de não se espalhar facilmente entre os seres humanos, continua a ser uma ameaça com uma taxa de mortalidade de 30% em humanos.
Uma das maiores preocupações é uma possível mutação que permitiria a transmissão de pessoa para pessoa, o que poderia desencadear uma pandemia. Alguns países, como o Reino Unido, já estão se preparando, adquirindo vacinas específicas para conter a disseminação do vírus.
Além disso, as implicações da gripe aviária não se limitam à saúde humana; ela pode afetar seriamente a saúde animal e interromper o fornecimento de alimentos, com consequências econômicas significativas.
Esses desafios estão sendo analisados dentro do conceito de “saúde única”, que considera a interdependência da saúde humana, animal e ambiental, destacando a importância de combater as doenças em todos esses níveis para mitigar os riscos futuros.
Fonte: The Conversation Brasil
Autor: Conor Meehan, Professor de Bioinformática Microbiana, Nottingham Trent University, Reino Unido.