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Relatório revela que mais de 80% das trans e travestis assassinadas em Minas Gerais tinham menos de 40 anos

Por Dentro De Tudo:

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Entre 2014 e 2022, 89 pessoas trans e travestis foram vítimas de homicídios em Minas Gerais; 51% dessas mortes ocorreram na Grande BH e no Triângulo Mineiro.

Um relatório do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBTQIAPN+ (Nuh) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado nesta segunda-feira (1º de julho), revelou que mais de 80% das pessoas trans e travestis assassinadas em Minas Gerais entre 2014 e 2022 tinham menos de 40 anos. Durante esse período, 151 pessoas trans ou travestis foram vítimas de homicídio (89) ou tentativa de homicídio (62) no estado, sendo que 72 (80,8%) dessas vítimas tinham menos de 39 anos e 35 estavam na faixa etária de 18 a 29 anos (39,3%).

Além disso, o estudo destacou que 74,6% das vítimas cuja cor foi identificada nos registros policiais eram negras. O ano de 2020, durante a pandemia de Covid-19, registrou o maior número de crimes violentos contra essa população, com 32 casos. Em contraste, 2018 e 2022 tiveram os menores índices, com 13 homicídios ou tentativas cada.

O professor Marco Aurélio Máximo Prado, coordenador do Nuh, afirmou que o estudo consolidou um perfil já identificado por movimentos sociais: a maioria das vítimas são pessoas trans negras com menos de 30 anos. Ele enfatizou a necessidade de focar em travestis pretas em situação de vulnerabilidade para reverter essa situação alarmante.

O relatório foi apresentado no Salão Vermelho do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), destacando a importância dos dados para a formulação de políticas públicas. O promotor Allender Barreto Lima ressaltou que o relatório não deve ficar restrito ao âmbito do Ministério Público e da UFMG, mas sim servir como base para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento à população LGBTQIAPN+.

A região metropolitana de Belo Horizonte e o Triângulo Mineiro concentraram 51% dos homicídios de pessoas trans e travestis em Minas Gerais. Belo Horizonte liderou com 20 assassinatos, seguida por Uberlândia e Contagem, cada uma com oito casos. Outros municípios com altos índices incluem Uberaba, Governador Valadares, Manhuaçu, Frutal, Betim, Ribeirão das Neves e Juiz de Fora.

Ranking dos municípios com mais homicídios de pessoas trans e travestis em Minas Gerais (2014-2022):

1.  Belo Horizonte - 20
2.  Uberlândia - 8
3.  Contagem - 8
4.  Uberaba - 5
5.  Governador Valadares - 5
6.  Manhuaçu - 3
7.  Frutal - 3
8.  Betim - 3
9.  Ribeirão das Neves - 2
10. Juiz de Fora - 2

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